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terça-feira, 2 de abril de 2019

O Método do Fascismo


O desenvolvimento de teorias modernas acerca do método, tais como as de Descartes e Bacon, refletem não somente no âmbito das ciências exatas e biológicas, mas também nas ciências política e social. Desta forma, tendo como exemplo mais enfático o pensamento cartesiano, o filme “Ponto de Mutação”, de Bernt Capra, aborda de maneira crítica o fato de que os problemas políticos são resolvidos de maneira mecanicista, sem que o todo seja de fato avaliado.
Aliado a isso, relaciona-se fortemente a ascensão do fascismo e nazismo como políticas justificadas sob uma lógica distorcida da ciência. Assim, têm-se nesses regimes, por exemplo, a implementação da eugenia e de discursos discriminatórios que se pautam em visões deterministas de meio e “raça”. Esse tipo de pensamento está conectado com a visão da política e da sociedade como uma máquina, uma grande engrenagem que tem como finalidade o funcionamento ideal. Assim, a grande questão que emerge é: o que fazer com os disfuncionais? A resposta do Fascismo é simples: eliminá-los.
O grande problema da visão cartesiana das relações políticas é, portanto, a miopia frente à interligação dos fatos, da origem e de seu problema. Ao invés disso, o que se têm nessa lógica é a visão de que, ainda na metáfora na engrenagem, ou uma peça funciona, e é portanto adequada a ser parte do todo social, ou não funciona, e deve ser, assim, descartada e substituída por outra que o faça.
Conclui-se que uma percepção fascista da sociedade é sustentada, dentre outros fatores, pela aplicação do cartesianismo nas análises políticas. Desta forma, para que reine a democracia, é preciso que se amplie e humanize a visão que se tem das pessoas e de seus espaços sociais.

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