O filme "Ponto de Mutação", dirigido por Bernt Capra e baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, apresenta um tipo de pensamento mecanicista, firmado em ideais cartesianos, segundo o qual o mundo (e, de forma análoga, o ser humano) é uma máquina composta por várias "peças", que ao serem analisadas separadamente, fornecem uma visão do todo. Essa visão é questionada e criticada ao longo de todo o filme, à medida que se abrem os horizontes para uma nova forma de enxergar os seres e o corpo social: um pensamento sistêmico, em que observa-se o mundo como um todo a partir das relações que o compõem, partindo desde as partículas subatômicas até as ligações inter-pessoais.
Associando-se os conceitos expostos no longa-metragem aos perigos oferecidos pelo regime fascista, torna-se evidente a necessidade de uma mudança na visão de mundo das pessoas. É assustador que essa corrente, caracterizada pela ditadura, violência, opressão e pelo desprezo aos direitos humanos, volte à tona com pensamentos ultranacionalistas que enaltecem o militarismo. Sendo assim, torna-se essencial que mudemos nossas concepções sobre o homem, buscando compreender a complexidade e a beleza da vida, que jamais pode ser reduzida a simples fragmentos em que ela se manifesta, mas que deve ser encarada em sua plenitude para nos aproximarmos de uma definição adequada para o que é a existência de cada um e de todos nós. Mirando no todo, garantiremos que ninguém seja excluído, característica imperdoável dos regimes totalitários, dentre os quais o fascismo é um grande expoente.
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