A revolução técnico-científico-informacional
vivenciada pelo mundo em meados do século XX expandiu horizontes muito além dos
escritos nas antigas literaturas. O avanço nessas pesquisas e sua crescente
aceitação no meio social possibilitaram a formulação de um novo estilo de vida,
como é apresentado no filme “O ponto de mutação” de Bernt Capra, o
cientificismo. Nele, acredita-se que o conhecimento cientificamente comprovado
é o único real. Contudo, como mostra Descartes
em “Discurso do Método”, a fragmentação do objeto de estudo para maior
especificidade, sendo analisado apenas isoladamente, vem a prejudicar a
interpretação dos fenômenos estudados considerando a complexidade da existência
e da natureza.
Nesse
âmbito, o regime político autoritário facista recebe destaque. Totalitário, na censura
do conhecimento tem-se a interferência na realidade social. Partindo de
fragmentos e não de um todo, não busca atender à desequilibrada estrutura social
potencializada pelo sistema capitalista. Em sua essência, tem a prevalência de
uma visão mecanista, na qual a valorização da pluralidade inexiste, tornando os
indivíduos apenas peças de uma grande máquina, substituíveis e simplesmente
descartáveis. Assim, reside nesse regime um risco à sociedade historicamente já
cometido, como a marginalização de grupos sociais, a exemplo os judeus na Alemanha
nazista.
Atravessando
o espectro da história, a conjuntura política atual representada num presidente
com tendências preocupantes, mostra-se caótica. Sendo assim, uma linha tênue
entre a ciência como arma e como revolução social é tecida. A resposta para a
escapatória de um regime fadado ao fracasso reside numa nova perspectiva de
mundo: uma ciência que, livre de juízo, amplie seus horizontes e busque um
olhar humano em meio a grande máquina da sociedade.
Júlia Rodrigues Alves da Silva
Direito XXXVI - noturno
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