Pensem nas crianças
Mudas torturadas
Pensem nas meninas
Cegas abusadas
Pensem nas mulheres
Belas assassinadas
Foram oprimidas
Foram caladas
Mas, oh, não se esqueçam
Da horrorosa
Da horrorosa Era fascista
A horrorosa sanguinária
A horrorosa destrutiva
Estúpida e arcaica
A horrorosa metamorfose
Foi avante,a horrorosa e errônia
Com dor, com azedume
Monstruosa, com raiva
-A rosa de Hiroshima, Vinicius de Moraes (Modificado)
Com essa pequena introdução, gostaria de iniciar uma reflexão. Entendo que muitos criam uma expectativa previsível quanto àquilo que encontrarão ao estudarem regimes autoritários como o fascismo. Minha proposta não é essa. Ao pesquisar obras e eventos científicos elaborados sobre o assunto,percebi que um uso mais proveitoso do meu tempo, bem como dos interessados em ler esse comentário, seria voltar-me ao aspecto humano do tema e dilacerá-lo, a fim de ter uma percepção mais abrangente do que aquela exposta pelo senso comum. Em tempos de profunda crise de percepção,é preciso criar perguntas.
Dito isso, resta apenas uma a ser feita: O que tem o ser humano, senão sua capacidade de exercer o livre arbítrio? Foi o filósofo René Descartes, em seu livro "O discurso do método", quem disse:"Nada há que esteja inteiramente em nosso poder, exceto nossos pensamentos". É notório que Descartes aspirava à aplicação da razão para se obter resultados práticos que auxiliassem a medicina e as técnologias da época na busca pelo bem geral. O filósofo não era persuadido por nenhum conceito que não fosse racional,uma vez que esse era o princípio base para a identificação de uma verdade.
A partir dessa análise cartesiana,compreende- se a seriedade de privar um ser da liberdade e, consequentemente, danificar sua procura pelos próprios ideais.Isso porque a experiência é necessária para se verificar fatos.A opressão é prejudicial às vivências das pessoa, limitando seus caminhos para o conhecimento. Um governo que exerce tal força sobre sua população faz a democracia perder sua identidade e seu sentido. Como retratado no filme "O ponto de mutação",a ciência já passou o pensamento mecanista. Já os políticos,não. Assim, a grande máquina do Estado insiste em ser antiquada e sufocante.
Esse filme mostra vários posicionamentos interessantes quanto às instituições de poder, dizendo que política confunde todos,inclusive quem pratica. Levantando tal questão,o longa constantemente convida o público a ter senso crítico quanto a seus representantes. Mesmo fora do âmbito político, a discussão estende-se para as mudanças em geral. Elas viéram com o tempo e devemos nos adaptar, a começar pelo modo como encaramos o mundo. Assim, estando a vida em constante renovação,é preciso que haja uma transcendência da nossa parte para que possamos progredir em conjunto.
As escolhas, bem como os direitos adquiridos ao longo das gerações entram em ruptura ao se instalarem lideranças autoritárias, que não apoiam novas ideias. Reforçando aqui que nenhum santo se sustenta só,é necessário que haja, de fato, uma ruptura.Não com os princípios democráticos nem com o crescimento que tantos estudiosos nos ajudaram a alcançar. É de suma importância que rompamos com valores ultrapassados para que não hajam mais limites. Dessa forma,possamos usar a voz e a inteligência que carregamos como seres pensantes que somos em prol de grandes revoluções.
Somente assim, poderemos encarar a dureza desse mundo
Laura Filipini Noveli
1 ano- Direito Matutino
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