O Fascismo, movimento pós Revolução Russa (que teve
como precursor o líder italiano Benito Mussolini), conceituado como uma forma
específica de dominação e ditadura política através do capitalismo, constituído
como um movimento contrarrevolucionário bancado pelas classes dominantes
burguesas no combate às organizações de esquerda e da classe trabalhadora deu margem
á várias interpretações. Mas muito interessante é a perspectiva de Antonio
Gramsci, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano e maiores símbolos do
pensamento tido como de esquerda do século XX. Gramsci se distinguia dos demais por desacreditar de uma
tomada do poder que não viesse por mudanças de mentalidade, dessa maneira, os
agentes transformadores seriam os intelectuais e as armas “a escola”, assim
como o saber. Essa conceituação é importante no processo de diferenciação entre
a esquerda extrema, o Fascismo de fato, e o que também tem ganhado força na atualidade
que é o chamado Neofascismo.
O Neofascismo é um
reforço dos ideais de extrema direita e pode se dizer que ganhou força nos
últimos dez anos. Em geral, advém de uma necessidade de mudanças após um
período de regressão, mas de forma superficialmente crítica, reacionária e etc.
Muito se fala relacionando o Neofascismo e o próprio Fascismo à chefes de
estado atuais, uma relação pertinente e preocupante no cenário social, já que
como dito por Gramsci, esse “refluxo” da esquerda pavimenta o caminho para os
movimentos Fascistas, sendo de caráter político, caracterizado por
representantes hostis e carismáticos e até mesmo relacionado à personalidade,
como o comportamento construído em contradições e “abandono” de virtudes e conhecimentos,
para seguir um líder.
Tendo em vista todas
essas análises, conceitos e concepções, eis que surge a questão de procurar por
uma ciência que nos ajude a escapar do Fascismo. O filme “Ponto de Mutação” de
Bernt Capra mostra de maneira interessante como a ciência precisou deixar de
ser algo rígido apenas direcionado à procura de respostas no âmbito da natureza
e das exatas, mas também uma ferramenta de mudança social, e usa o exemplo de
um relógio antigo e suas engrenagens para ilustrar que as áreas do conhecimento
quando interligadas fazem com que o todo funcione de maneira muito mais
eficiente.
O filme traz um contraponto à ideia de
Descartes e Bacon, que assim como os estados, a política e seus representantes,
independente da posição, tinha uma visão racionalista e generalizada do mundo, vendo-o
como uma máquina que com precisos reparos volta a funcionar bem como sempre
funcionou, a solução será sempre a mesma e podem ser controladas. Porém com a
sociedade isso não se aplica! È como dizia Thomas Jefferson, “É tolo uma
sociedade apegar-se a velhas ideias em novos tempos, assim como é tolo um homem
tentar vestir suas roupas de criança”, a sociedade sofre constantes mudanças,
vezes positivas, vezes negativas, mas sempre mudando, e diante tantas crises
enfrentadas, a maior é a de percepção, crise essa que aprisiona o homem em uma
sala de tortura desconhecida, em si mesmo, assim como algumas pessoas
religiosas antigamente, por exemplo, em que igrejas grandiosas como as muitas
que existem até hoje, causavam-lhes a sensação de inferioridade, e privava seus
ideais de existência independente, e etc.
Logo, é necessário
emancipar-se de certas concepções e procurar uma nova perspectiva para enxergar
e compreender o mundo, sendo assim, a ciência que nos afastará do fascismo e suas
inúmeras formas de manifestação, é aquela menos mecanicista, que entenda o
mundo, e consequentemente a sociedade, como algo diferente do habitual, que ao
invés de manter a ruptura entre homem e natureza, os una, para que de forma harmônica
e equilibrada, sigam juntos.
Letícia E. de Matos
1° ano - Direito- Matutino
Letícia E. de Matos
1° ano - Direito- Matutino
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