A superação da ideologia fascista
O pensamento de que a história é unilateral, como uma marcação sintética
de um relógio, colabora com a ideia de que a sociedade é mecânica. Essa visão
cartesiana sobre a linha cronológica tem possibilitado a ascensão do fascismo.
Já que, a volta de ideologias autoritárias como o fascismo era desacreditada,
até seu ressurgimento com o neofascismo.
Como afirmou Hélio Alexandre na palestra “fascismo e suas manifestações
contemporâneas", o fascismo teve uma derrota militar na segunda guerra
mundial, e não, ideológica. Assim, é crucial superar a visão cartesiana que
segmenta a população em nichos específicos da sociedade.
A ciência deveria ter um papel emancipatório. No entanto, como Bacon e
Descartes demonstram em suas obras e é representado no filme “ponto de
mutação”, o conhecimento tornou-se sinônimo de poder. Quem possui poder escolhe
quais pesquisas serão financiadas e como a retratação do passado será
apresentada. A ampliação das liberdades individuais, principalmente no campo da
ciência, ajudaria a nos livrarmos definitivamente do fascismo. Existe a
tendência viciosa de entregar o conhecimento científico para determinados
grupos sociais, tornando a majoritária parte da sociedade apenas uma
observadora da própria história.
O fascismo alimenta-se do anseio de mudança social, suprimindo a
liberdade individual e massificando a população. A aceitação dessa expropriação
do indivíduo só é aceita pela população quando ela não acredita em outras
alternativas. Somente a ciência e a sua democratização possuem a função de
ensinar o pensamento crítico e assim, evitar a manipulação das elites. As
teorias de experimentação e razão de Bacon e Descartes possibilitaram uma nova
visão no século XVII, no entanto, o homem contemporâneo possui novos desafios.
A visão fragmentada e cartesiana da sociedade exclui as diferenças individuais
impedindo a superação de ídolos que limitam a aceitação das diferenças culturais
entre os indivíduos.
Giovanna Lima e Silva - direito noturno
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