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terça-feira, 2 de abril de 2019

Uma nova visão da ciência para uma sociedade sem fascismo.


     A obra cinematográfica "Ponto de Mutação", do diretor Bernt Amadeus Capra, baseada no livro de mesmo nome do escrito Fritjof Capra, irmão do diretor, aborda os mais diversos temas sobre a sociedade, sua evolução e sua constante mudança até a chegada no modelo dos dias atuais. No filme, um político americano, ex-candidato ao cargo de presidente, buscando um novo discurso para sua próxima campanha se junta com um velho amigo, um poeta que vive sua crise de meia idade, em um castelo medieval na França. Durante sua visita pelo castelo eles acabam encontrando uma cientista chamada Sonia Hoffman, que conduziu pesquisas importantes no campo da física, mas encontra-se em uma crise existencial devido aos usos militares de sua pesquisa.

     A cientista critica vários problemas da sociedade moderna, mas sua crítica mais severa é em relação a maneira Cartesiana como os políticos e os cientistas enxergam a sociedade, vendo-a como um relógio, composto por várias pequenas peças e que são possíveis de serem analisadas individualmente. Ela defende uma visão sistêmica da sociedade, propondo que deve-se analisa-la como um conjunto, onde cada uma das partes tem influencia direta sobre as outras, sendo todas elas interdependentes. Não é possível resolver os problemas enfrentados atualmente pelo mundo de maneira singular, é necessário analisar as falhas do sistema como um todo.

     Um dos principais problemas que o mundo tem enfrentado nos últimos anos é um crescente movimento neofascista, sendo um grande perigo para o estado democrático de direito, já que defende como principais bandeiras uma doutrina totalitária, a censura e repressão contra liberdades individuais, entre outras propostas perigosas para grande parte da população. Utiliza-se de um discurso extremamente sedutor, que propõem soluções simples e rápidas para problemas complexos, utilizando-se da força contra algum grupo que é culpabilizado por todos os problemas do povo, o "inimigo em comum", sendo muito eficiente na população que encontra-se sem confiança nos políticos tradicionais, e encontra terreno fértil para a propagação de suas ideias em lugares que passaram por guerras ou grandes crises econômicas e/ou sociais.

     Porém, como a Cientista Sonia Hoffman defende, este problema não foi originado isoladamente e não pode ser resolvido de tal forma. Seu surgimento e desenvolvimento são frutos de uma série de problemas sociais que perpetuaram-se durante décadas, ou até mesmo séculos. Dentre eles a falta de tolerância com o diferente e um grande sentimento anti-intelectualista. Uma ciência com enfoque na melhora das condições de vida da população e na propagação de ideias democráticas, além de uma visão, não mecanicista, mas sistêmica e humanizada, são os principais para que possamos combater este problema.

João Lucas Albuquerque Vieira
UNESP Franca
Direito Matutino

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