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domingo, 7 de abril de 2013

Seu positivista!



Augusto Comte foi com certeza um grande pensador. O contato com sua obra, ainda que mínimo, é fascinante. Porém, como bem foi dito em sala de aula, pode-se fazer, visando um estudo mais "didático", uma divisão das suas ideias: a formarem uma doutrina científica e uma doutrina política.
Apenas para não passar em branco, sua doutrina científica mostra-se bem completa e muito bem desenvolvida, de modo que é facil notar sua aplicabilidade e seus reflexos no mundo científico contemporâneo.
Já sua doutrina política é naturalmente um pouco mais, digamos assim, "polêmica". Porém, antes de tudo, é válido ressaltar que o atual texto é redigido com a intenção de mostrar uma opinião particular e que no processo de analisar a obra em questão, é difícil deixar de lado nossas concepções, principalmente aquelas que são advindas pelo atual momento histórico. Portanto, ao expor minha reflexão vejo que é muito nítido estar ela influenciada pela "atual visão de mundo".
Agora sim, feita a devida ressalva, devo compartilhar que grande parte, para nao dizer completamente,  da doutrina política de Comte trouxe-me certas inquietações.  A começar pela ideia de anarquia social. Comte afima, "nosso mais grave mal consiste na profunda divergência entre todos os espíritos", colocando então a fixidez  como condição para uma verdadeira ordem social. Seria então essa fixidez a passividade intelectual de cada individuo? Aplicando os conceitos sobre a nossa realidade, entende-se então que hoje, tempos em que  a democracia jamais foi tão defendida,  deveriamos todos ter os mesmos pensamentos? Expecificamente quando estamos vivenciando o contrário, a defesa da diversidade, em sua acepção mais ampla possível. Deveriamos ter então as mesmas ideologias? Uma uniformidade e passividade intelectual em prol da manutenção da ordem?
Um segundo e ultimo ponto que gostaria de destacar seria o famoso conceito, no que concerne à fisica social, de estática - ordem - e dinâmica - progresso. Fechando toda o mecanismo de funcionamento social a estas duas ideias, seria ela ainda pertinente? Parece-me, destaco novamente, com toda a simplicidade da minha opinião, que as profundas mudanças efetivadas nas últimas décadas, máxime no que diz respeito à complexidade das estruturas de poder e de dinâmicas sociais, deixaram esse conceito um pouco defasado. Isto é, essa visão de mecanismo social criada por Comte talvez não seja mais tão correspondente à realidade quanto era no seu tempo.

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