No contexto conturbado da Revolução Industrial do
século XVIII, em meio a uma realidade completamente modificada no que diz
respeito aos meios de produção e, consequentemente, às relações sociais,
desponta o pensamento conhecido por Positivismo, de Augusto Comte.
Opondo-se à filosofia Iluminista –
altamente difundida até então -, Comte atenta para a necessidade de que se
desenvolva um método de busca das leis que regem os fenômenos baseado,
especialmente, no empirismo. Ele prima pela observação dos fatos e dos objetos
sem qualquer interferência metafísica ou teológica, correntes as quais, segundo
ele, antecedem o Positivismo quando numa escala evolutiva do pensamento humano.
No que tange ao Estado, Comte defende que
este deve ser o centro em torno do qual “gravita” o restante do sistema social.
Tendo por base a ordem (estática), a finalidade da força estatal seria promover
progresso (dinâmica) à sociedade como um todo.
Para que tal progresso fosse possível,
seria intrínseco que se mantivessem papéis sociais para cada indivíduo
pertencente ao sistema, sendo estes inatos e essenciais à ordem, pois a
subversão dessa estática significaria o colapso de toda a lógica da marcha
efetiva positivista.
Quando posto no contexto atual, o
pensamento positivo torna-se deveras retrógrado, tendo em vista que,
majoritariamente, o que se busca hoje é um progresso primeiramente individual
para, posteriormente, vir a ser contribuinte da dinâmica da sociedade.
Manter-se dentro de um papel social inato já não é mais cabível numa realidade
na qual o desejo maior é justamente o da ascensão profissional.
- Iara da Silva, Direito Noturno
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