Seria mesmo um organismo vivo uma real metáfora para a sociedade? Talvez, assim como a sociedade em uma concepção global está sempre se modificando, caminhando a estrada da evolução, nosso organismo também segue o mesmo princípio. Não somos os mesmos que anteriormente, não necessitamos das mesmas atividades de antigamente, ou seja, apesar de, em uma análise superficial parecermos ter sempre a mesma fisionomia, essa ideia não passa de um engano, salvemos órgãos vestigiais como o apendice.
Aceitar de prontidão as ideias positivistas de Augusto Comte sem um questionamento prévio seria uma total falta de perspicácia, talvez uma mostra de ignorancia. O pensador nos mostra uma visão de exatidão, de conhecimento em seu ápice, uma busca incessante de comprovação, uma concepção empirística. Descreve a sociedade como organismo vivo que, dividido em partes essenciais e ''imutáveis'', coordenariam o sistema.
Em certa parte tudo faz sentido, o conhecimento comprovado torna-se inquestionável - pelo menos por certo tempo -,a sociedade , de fato, caminha em forma subdividida, o meio capitalista, por si só, estabelece a hierarquização social, a definição de classes, quem é quem.
Porém devemos ressaltar que, como dito anteriormente, caminhamos a estrada da evolução, e como já dizia Heráclito, nunca passamos duas vezes pelo mesmo rio. Assim ,devemos ter em mente que a sociedade pode ser dita um organismo, porém, deve-se ressaltar a indiscutível e inegável possibilidade de mudanças. O conhecimento deve ser sempre buscado, mas nem tudo que ainda não é descrito ou provado deixa de ser verdade, a humanidade ainda nao descreveu e concretizou a concepção de ideia, nem por isso ela deixa de existir, afinal nada buscaríamos ou almejaríamos sem ela.
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