A
compreensão da sociedade sob a óptica de Auguste Comte levou ao surgimento da
filosofia positiva, fundamentada no rompimento com o pensamento abstrato.
Segundo o filósofo francês, essa nova ciência nascia para questionar um momento
histórico de transformações sociais, a partir do entendimento e, posteriormente, da possibilidade de modificar tal realidade,
ou seja, compreender para modificar.
De
acordo com essa filosofia o estado positivo é avaliado como o último estágio da
construção do conhecimento, sendo que o primeiro estágio se constitui no
teológico e o segundo no metafísico. Os dois primeiros estágios são
considerados meramente experimentais, uma vez que somente com a filosofia
positiva pode-se perceber o amadurecimento do espírito humano.
Além disso, verifica-se em sua obra que a
manutenção da “ordem” nas sociedades é considerada uma pré-condição
para ocorrer o progresso, ou seja, não há progresso em um ambiente de desordem-
movimentos sociais, luta de classes, greves. Dessa forma, entende-se a enorme
influência que tal ciência proporcionou a diversos regimes de governo,
sobretudo, aos governos militares. Ainda hoje, pode-se perceber essa influência
na medida em que ocorre a criminalização dos movimentos sociais e a repressão
as mobilizações que coloque em “perigo” o estatus quo.
A filosofia positiva, portanto, é considerada um instrumento de investigação da realidade que busca pensar a sociedade diferentemente da filosofia tradicional. A atualidade de seus conceitos permite identificarmos um estado de déjà vu na constituição governamental moderna.
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