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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Desvio do curso

     Max Weber classifica a ação social em quatro tipos possíveis: a ação racional com relação a um objetivo ,a ação racional com relação a um valor, a ação afetiva ou emocional e, a ação tradicional.
     Com a ascensão do capitalismo se desenvolveu a globalização encrudescendo as desigualdades sociais; e dessa maneira, as únicas atitudes que podem atenuar essa situação de desigualdade são aquelas às quais Weber dá o nome de “ações racionais com relação a um objetivo”.
     Esta última espécie de ação citada se refere ao caso no qual um indivíduo concebe seu objetivo e traça meios para atingi-lo. Hoje, é a partir desse “criar expectativas”, desse “devanear” é que muitos jovens, crianças e, por que não adultos veem suas vidas desviarem do destino criado pelo determinismo social ou ambiental.
     Na atualidade, prevalecem as desigualdades sociais juntamente com as desiguais oportunidades, tanto no mercado de trabalho quanto nas vagas de universidades públicas e afins, porém há um aumento exponencial de cidadãos que conseguiram reverter essa situação, e conquistaram espaço de forma igualitária às classes privilegiadas no Brasil.
     Embora os objetivos dessa classe “subalterna” estejam sempre abarcados no conceito de objeto socioeconômico de Weber – especificamente econômico, economicamente condicionado e, economicamente relevante – reforçando o caráter capitalista da sociedade brasileira, a “emancipação” da classe baixa brasileira nesse contexto não deixa de significar um progresso social para os brasileiros; uma vez que o problema não é o capitalismo mas sim a desigual distribuição dos lucros e benefícios advindos do desenvolvimento desse capitalismo.
     A ação racional de Max Weber está presente quando um jovem da periferia do Rio de Janeiro estuda intensamente até que consiga conquistar uma vaga numa universidade pública, quando uma empregada doméstica tem o sonho de se formar em administração de empresas e poupa dinheiro para tal até que consegue se formar no ensino superior, ou mesmo quando uma criança com síndrome de down devaneia em se tornar faixa preta no judô e alcança seu objetivo graças ao seu empenho. Essas atitudes são aquelas que conseguem  “mudar o curso do rio” e retirar qualquer crença sobre os variados tipos de determinismo, e atenuar qualquer espécie de desigualdade que possa persistir na sociedade brasileira. A mudança quanto às desigualdades e discriminações tem de partir da própria minoria discriminada e excluída a partir da “ação racional com relação a um objetivo”.


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