As ciências naturais tem
procurado explicar as relações causais entre os fenômenos, enquanto que as
ciências humanas tentam compreender processos da experiência humana que são
vivos, mutáveis, que precisam ser interpretados para que se extraia deles o seu
sentido. Nesse caminho Weber vê como objetivo primordial da sociologia a compreensão
da relação de sentido da ação humana, ou seja, conhecer um fenômeno social compreendendo
como um fato com sentido que aponta para outros fatos significativos.
Para que o sociólogo possa
analisar um fenômeno social, principalmente se tratando de generalizações, é necessária
a utilização de um instrumento de análise sociológica a fim de criar algo novo,
o tipo ideal ou puro, que servirá como uma ferramenta que orientará a verificação
e a sua ação, como uma espécie de parâmetro da ação social.
O tipo ideal é um trabalho
teórico indutivo, uma concepção mental da realidade, com o objetivo de
sintetizar o que é essencial na diversidade social. Admite a conceituação de
fenômenos e formações sociais e identificar e comparar na realidade observada
suas aparições. Ele permite comparações e a percepção de semelhanças e
diferenças. Por exemplo, quando pensamos em ditadura temos em mente um conjunto
de características em nossa mente dando origem a um todo idealizado, o tipo ideal.
Ao observar um sistema político afrontamos com esse tipo que temos em mente
para classificar esse sistema como ditatorial ou não.
O objetivo ao se utilizar o
recurso do tipo puro não é de esgotar todas as possibilidades das
interpretações da realidade empírica, uma vez que qualquer fenômeno estará, em
potencial possibilidade, a conceituação de diversos tipos ideais. Esses tipos
ajudaram Weber a desenvolver sua visão da sociologia, que em grande parte ainda
é válida até hoje. Por isso, o conceito dos tipos ideais ainda é amplamente
utilizado pela sociologia, antropologia e ciências relacionadas até hoje.
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