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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma concepção pura


      As ciências naturais tem procurado explicar as relações causais entre os fenômenos, enquanto que as ciências humanas tentam compreender processos da experiência humana que são vivos, mutáveis, que precisam ser interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Nesse caminho Weber vê como objetivo primordial da sociologia a compreensão da relação de sentido da ação humana, ou seja, conhecer um fenômeno social compreendendo como um fato com sentido que aponta para outros fatos significativos.
      Para que o sociólogo possa analisar um fenômeno social, principalmente se tratando de generalizações, é necessária a utilização de um instrumento de análise sociológica a fim de criar algo novo, o tipo ideal ou puro, que servirá como uma ferramenta que orientará a verificação e a sua ação, como uma espécie de parâmetro da ação social.
     O tipo ideal é um trabalho teórico indutivo, uma concepção mental da realidade, com o objetivo de sintetizar o que é essencial na diversidade social. Admite a conceituação de fenômenos e formações sociais e identificar e comparar na realidade observada suas aparições. Ele permite comparações e a percepção de semelhanças e diferenças. Por exemplo, quando pensamos em ditadura temos em mente um conjunto de características em nossa mente dando origem a um todo idealizado, o tipo ideal. Ao observar um sistema político afrontamos com esse tipo que temos em mente para classificar esse sistema como ditatorial ou não.
   O objetivo ao se utilizar o recurso do tipo puro não é de esgotar todas as possibilidades das interpretações da realidade empírica, uma vez que qualquer fenômeno estará, em potencial possibilidade, a conceituação de diversos tipos ideais. Esses tipos ajudaram Weber a desenvolver sua visão da sociologia, que em grande parte ainda é válida até hoje. Por isso, o conceito dos tipos ideais ainda é amplamente utilizado pela sociologia, antropologia e ciências relacionadas até hoje.

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