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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Capitães de Weber

Muitas pessoas são adeptas à generalizações quando se trata de julgamentos a respeito de terceiros ou mesmo de fenômenos sociais. Há quem diga, por exemplo, que meninos de rua são vagabundos, imprestáveis, os quais não têm "conserto", os quais não merecem tanta atenção a ponto de se fazerem estudos e se escrevem livros sobre seus casos.
É sobre esta questão toda de juízo de valor e esteriótipos que Max Weber comenta em sua obra "A objetividade do conhecimento na ciência social e na ciência política", de certa forma, afinal, o autor, em dado momento, critica o determinismo da ciência e ao fazer isto deixa a margem para a ampliação da teoria para outros campos além da mesma.
No livro Capitães de Areia, do escritor Jorge Amado, são retratadas histórias de adolescentes que vivem marginalizados em Salvador e sofrem em decorrência do abandono por parte da família, do Estado e da própria sociedade. No decorrer dos capítulos, ficou claro que a maioria dos capitães de areia teria um destino infeliz, seja permanecendo no mundo do crime, seja morrendo.
Dois personagens, no entanto fogem aos padrões do senso comum e da probabilidade acerca de menores infelizes: Pedro Bala e Professor. O primeiro, tornou-se um símbolo de resistência e luta proletária e o segundo, através de estudos, consagrou-se como pintor. Ambos, ao escapar da tendência, provaram que o determinismo social mais do que questionável, é falho e, portanto não deve ser a base da formação de valores.


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