Parece ser característica própria do homem julgar os seus
semelhantes a partir de estereótipos, sobretudo nos dias atuais, em que vivemos
em uma sociedade de aparências, na qual é mais importante você “ter” do que “ser”. Ainda nos dias de hoje, percebemos que as
pessoas possuem, muitas vezes, uma visão determinista com relação à sociedade,
visão esta que é condenada por Max Weber.
É comum encontrarmos adeptos da opinião de que o meio e as
circunstâncias são fatores responsáveis pela formação do indivíduo. Sendo assim,
escutamos afirmações generalizadas como por exemplo “todo favelado é bandido”, “todo
político é corrupto”, “todo universitário é filhinho de papai”, entre outras.
Ou seja: uma visão determinista leva a afirmações generalizadas, que por sua
vez levam a conclusões errôneas e nos distanciam da verdade. É por esse motivo
que Weber é contrário a esse tipo de análise social.
Pensando nas Ciências Sociais, a verdade científica, para
Weber, só será alcançada através da comparação entre os fatos e aquilo que ele
chama de “tipo ideal”. O tipo ideal seria apenas uma ferramenta para a
realização da análise social, obtido com a observação unilateral dos fenômenos
sociais, colocando em evidência características gerais e frequentes de um
determinado grupo social.
Weber também questiona a explicação dos fatos sociais a
partir de aspectos econômicos, somente. Para ele, não basta analisar as
relações econômicas para explicar a sociedade, pois, primeiramente, a ação humana
se dá por meio de um juízo de valor. Assim, o indivíduo pode agir com relação à
tradição de seus hábitos e costumes, à busca por um objetivo individual, às
suas paixões ou a um valor.
Se considerarmos o seu método como correto, teríamos que
buscar, então, avaliar o indivíduo e compará-lo com as características
estipuladas ao grupo a que pertence, além de analisar o que realmente move as
suas ações além das influências das relações econômicas presentes na sua realidade. Desse modo, não poderíamos ter uma opinião já formada, de maneira
preconceituosa, que determinasse como são os indivíduos analisando apenas o seu
grupo social, mas deveríamos considerar as suas vontades e os seus valores, ou
seja: a sua individualidade. Isso parece ser uma tarefa cada vez mais difícil,
pois, com a imposição da cultura e valores americanos, o mundo - que, com a globalização, deveria ser multicultural ao invés de impor uma única cultura: a da Nação considerada mais poderosa - parece passar
por uma padronização da sociedade que se sobrepõe a grupos sociais, etnias ou nacionalidades.
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