Um clássico da sociologia, a "Ética" é o livro que melhor sintetiza esta proposição weberiana. Uma investigação insaciável que vai buscar na formação de uma religião atributos que façam-a mais propensa à economia capitalista. Encontra em Benjamin Franklin esse espírito capitalista:
“Lembre-se que o dinheiro é de natureza prolífica e geradora.
O dinheiro pode gerar dinheiro, e seu produto gerar mais, e assim por diante. Cinco
shillings circulando são seis; circulando de novo são sete e três pence e assim por diante,
até se tornarem cem libras. Quanto mais dele houver, mais produz a cada aplicação, de
modo que seus juros aumentam cada vez mais rapidamente. Aquele que mata uma porca
prenhe, destrói sua descendência até a milésima geração. Aquele que “mata” uma coroa,
destrói tudo aquilo que poderia ter produzido, até muitas libras”
Todavia, ao correlacionar os dois fenômenos (o crescimento do protestantismo e a evolução capitalista) Weber dirá que a coincidência de proposições ideológicas dos dois é que possibilitou a intersecção tão cômoda e exitosa. O que para os marxistas é na verdade uma necessidade do capital e da classe burguesa de construção sócio-cultural no imaginário social para Weber não passa de uma feliz coincidência. E brota-se a divergência no âmago da leitura weberiana. Coincidência ou um movimento previsto por quem mantem a dominação de classe?
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