“Favelado,
preto, pobre? Ladrão”. É esse o discurso, ou o tipo ideal, que ouvimos na
maioria das vezes a respeito de pessoas negras hipossuficientes que moram na comunidade.
Contudo, será
correta essa visão do senso-comum determinista? Será que só pelo fato de um
cidadão negro estar caminhando sozinho a noite, ele furtará quem cruzar seu
caminho? Será que uma criança hipossuficiente negra está fadada a se utilizar
de meios ilegais para conseguir seu sustento?
Estamos
cansados de ver nas notícias casos de políticos corruptos, que roubam o dinheiro
público. E eles são negros ou pobres? O salário mensal de um deputado federal é
de aproximadamente 26 mil reais, além disso, o Relatório
Anual das Desigualdades Raciais no Brasil mostrou que apenas 2,1% deles são
negros. Roubar o dinheiro do povo acarreta em muitas consequências fatais, como
pessoas morrendo nas filas do SUS, 14 milhões de analfabetos e cadeias superlotadas.
Esses sim são os verdadeiros bandidos, que desviam o dinheiro da população e a
mata indiretamente, e não o cidadão que mora na favela.
Assim,
devemos repensar nossos – pré - conceitos a respeito de negros pobres que moram
na favela, pois antes de serem os vilões, muitas vezes eles estão morrendo por
conta de alguém que a classe dominante colocou no poder e nós fechamos os olhos
para a desigualdade, deixando-nos ser guiados apenas pelo senso-comum.
Como já diria
Marx, “proletários do mundo todo, uni-vos!”. Logo, em vez de pré-julgar,
deveríamos nos juntar a esses “ladrões” e, com o perdão do trocadilho, roubar o
poder dessa escória.
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