Compreender o Ser igual e o Ser igual diferentemente
Pensando-se em todos os
seres humanos que encontramos na rua na saída de casa até ao trabalho: são
vários; são homens e mulheres; crianças, jovens, adultos e idosos; estão de
chinelo ou não; estão de carro ou não; alguns são ricos outros mais pobres; são
diversos! Cada um possuí sua característica física diversa do outro,
entretanto, se colocássemos essas pessoas enfileiradas, nuas e com os cabelos
raspados, seriam muito mais parecidas, sem as roupas, sem os cabelos, a
semelhança seria cada vez maior.
Em nenhum momento dessa
análise observativa e até talvez um pouco taxativa, conversamos com essas pessoas.
Se fossemos entrevistar essas pessoas, elas diriam onde nasceram, o que gostam
de comer, se e onde trabalham, quais suas crenças, quais são seus medos, enfim,
diriam quais são basicamente os seus valores, inclusive, qual seria a sua
posição em todo o sistema de classe do mundo capitalista.
A partir desse momento,
mesmo enfileirados e nus, deixaram de ser parecidos, agora suas diferenças são
extremas, com valores diferentes. Porém, se a separação tivesse somente levado
em conta as classes sociais chegaríamos a um grupo de pessoas com certas
semelhanças: pois não tem como destituir o determinismo do materialismo
histórico, esse determinismo existe, mas não é o único fator que se deve levar
em consideração. Dentro desse grupo de pessoas com a mesma classe social,
existe também pessoas opostas levando-se em conta outros aspectos!
Os seres humanos não podem
ser, de maneira alguma totalmente iguais... Embora vivam na mesma sociedade, na
mesma condição social, no mesmo emprego, na mesma casa... Cada um possuí seus próprios
pensamentos, seus sentimentos, sua fé. Talvez obviamente o determinismo social
convirja para pessoas de certa forma serem muito semelhantes, mas nunca
iguais.
E se a compreensão de determinada
sociedade se faz necessário para certo pesquisador, ou a um cientista social o
tipo ideal é apenas o primeiro passo para toda essa complexidade da vida
humana, seguido de toda uma análise compreensivista. Talvez, esse método seja
um pouco mais complexo e leve mais tempo para se concluir, mas é somente dessa
forma que se chegará a uma verdade (no caso, inclusive cientifica).
Além disso, essa compreensão
não deve partir apenas por parte de pesquisadores, mas também por parte de
todos os outros humanos que querem conhecer as sociedades humanas. Ou conhecer
apenas um idoso que fica sentado na praça todos os dias... ele existe muito
além de um salário mínimo... perdeu a mulher, os filhos o abandonaram, ficou doente
e apesar de tudo ainda possui suas crenças, seus valores.
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