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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Reforma na previdência

José é um jovem recém ingressado na vida profissional que, por falta de formação e imerso na grande crise em que se encontra o Brasil, passa por grande dificuldade para ter uma carteira de trabalho assinada, o que só será mudado aos seus 23 anos, quando finalmente passa a garantir seus direitos trabalhistas; infelizmente, por conta da reforma na previdência, José só conseguirá receber a justa aposentadoria integral quando tiver 72 anos.
Em um país como o Brasil, onde a expectativa média de vida é de 74 anos, o drama de José reflete o de enorme parte da população: sob o pretexto de déficit na previdência, centenas de milhares de pessoas terão de se aposentar em idades avançadas, independentemente do serviço que empenharem para a contribuição.
Além de tardia e custosa, a aposentadoria no Brasil oferece qualidade de usufruto pelo trabalhador que contribuiu por tanto tempo em qualidade inferior ao que é oferecido em outros países ocidentais que adotam sistema semelhante. Para piorar, como ressaltou a professora Júlia Lenzi, palestrante na XXVIII semana jurídica da Unesp, os argumentos do governo federal para defender tal reforma são falaciosos: os supostos déficits no programa não são nem comparáveis ao que o Estado deixa de arrecadar, permissivamente, por conta da sonegação de impostos, até mesmo no campo previdenciário.
Os brasileiros que penam por ceder parte do seu salário para sua contribuição previdenciária encontram-se desamparados. E agora, José?
Gabriel Nagy Nascimento - DN

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