Os
resquícios da história do Brasil acarretaram uma repleta marginalização das minorias
sociais as quais, até hoje, sofrem com a ausência de direitos materiais e uma
total desumanização vinda da sociedade. Na dinâmica contemporânea, observa-se
modificações importantes no que diz respeito à quebra de tabus e preconceitos,
seja através de propagandas, movimentos sociais ou medidas do Governo Federal
para um reconhecimento social desses indivíduos. Paralelamente, Honneth ao analisar quais
dimensões (AMOR, DIREITO E SOLIDARIEDADE) são necessárias e capazes de conceber
autonomia, respeito e direitos concretos para esses grupos minoritários,
torna-se contemporâneo para solucionar a complexidade da desconstrução na atual
sociedade. O Amor, “musculatura moral” para vida pública com autonomia e
respeito; o Direito, através da legitimação, “os sujeitos de direito se
reconhecem reciprocamente como pessoas capazes de decidir com autonomia
individual sobre normas morais”; a Solidariedade, não-julgamento da sociedade
perante às diferenças individuais. Ambos são ferramentas da luta social para
atingir emancipações necessárias para o reconhecimento social das minorias.
Em 2011, os ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgarem a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 4277 e a Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) 132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo.
Esse julgado, pelo prisma de Honneth, torna-se embasador para a luta por
reconhecimento. A decisão proferida pelos ministros, embasada pelo artigo 3º,
inciso IV, da Constituição Federal e pela ideal de interpretação do artigo 1.723
do Código Civil o qual, para os ministros, não impedirá o reconhecimento da união entre pessoas do
mesmo sexo como entidade familiar, serviu de pilar para a garantia de que os
homossexuais fossem reconhecidos, materialmente, como sujeitos de direito.
Eis, então, a importância de decisões como a proferida no julgado, uma vez que
servirá como caso jurisprudencial, e de emancipações, só consagradas graças à
luta social de movimentos, os quais, em seu cerne, trazem o ideal de RESPEITO,
o qual, para o filósofo citado, gera reciprocidade e por fim, IGUALDADE. Afinal,
só assim será possível que todas as pessoas reconheçam sujeitos humanos pela “perspectiva
honnethiana” como o Dicionário Houaiss, ao adotar um novo
conceito para Família:
"Núcleo social de pessoas
unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantém
entre si uma relação solidária”.
Débora Amorim de Paula - Direito - DIURNO
Débora Amorim de Paula - Direito - DIURNO
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