Que saudade
Saudade daquele abraço apertado
Daquelas palavras doces de minha mãe
De seu reconforto
De sua admiração
Como é difícil crescer
E perceber a distância entre as pessoas
Aqui fora
Neste bairro nobre
Longe da favela onde cresci
Se ergue este muro
Essa redoma invisível e intransponível
A frieza nos olhos azuis dessa gente
Chega a congelar
Essa segregação
Às vezes chego a repensar
Se somos realmente da mesma espécie
Se essas palavras ásperas,
Olhares altivos
Indiferença, descrença em mim...
Por que tanto desprezo?
Por que tanta distância?
Por um acaso lhe fiz mal?
Por um acaso sou um indigente?
Antes sozinho
Desamparado
Vejo que não sou o único
E através desse recado
Falo não por mim,
Mas por um bocado
Que sofre calado
Que além de direitos
anseia respeito
Dignidade
E acima de tudo
Um pouquinho mais
De humanidade
Maria Theresa 1 Diurno
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