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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Texto Semana Jurídica: O Novo Direito Brasileiro

           Está em curso no Brasil a reforma previdenciária, que visa alterar radicalmente alguns pontos da atual legislação. Embora possa parecer, pelo ponto de vista econômico, uma reforma revolucionaria capaz de guiar a nação em crise para o equilíbrio econômico e bem-estar social. Porém ao analisarmos mais profundamente tais reformas, podemos perceber o quão precárias são os seus argumentos e propostas de implementação de tais reformas.
           O principal argumento dos defensores da reforma é que o sistema previdenciário vigente está com as suas contas em um constante e irremediável deficit, além disso, em países considerados modernos e avançados, a aposentadoria se dá mais tarde do que a brasileira. A primeira vista, tais alegações parecem verdadeiras e reais, contudo, diversos especialistas e economistas sustentam que o atual sistema previdenciário não gera deficit por si mesmo, tal deficit é causado por causa de um mal gerenciamento e o desvio sistemático do dinheiro público, e pelos alarmantes casos de sonegação ou fraude de contribuições previdenciárias e impostos de grandes empresas, cuja grande parte do dinheiro arrecadado seria designada para a manutenção do sistema previdenciário. Curiosamente, as empresas e instituições envolvidas nesses casos de fraudes, são as amplamente favorecidas com a reforma previdenciária.
         Além disso, a população brasileira, especialistas e estudiosos da área não participaram em nenhum momento da formulação ou aprovação da reforma, a qual foi feita utilizando dados não compatíveis com a realidade brasileira, pois, as tais nações “modernas”, que foram utilizadas como estudo, tem a expectativa de vida maior e trabalhos menos lesivos para a saúde. Com isso, grande parte da população, principalmente os mais pobres, não conseguiram atingir os requisitos mínimos para se aposentarem.
        Assim, o direito, que sempre fora visto pela população brasileira como o último bastião da justiça, liberdade e da isonomia, parece mudar de rumo, deixando a dúvida a quem realmente o direito está protegendo, a vontade do povo ou a vontade de uma elite?  

                                                                                   Augusto Fávero Merloti, Direito 1º ano - Notuno 

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