A Judicialização é um fenômeno que tem desempenhado um
importante papel na sociedade brasileira, mas que também ocorre em vários
países do mundo desde o final da Segunda Guerra Mundial, como observa Barroso,
já que houve um avanço da justiça constitucional sobre o espaço da política. A
judicialização ocorre quando algumas questões de repercussão política ou social
são resolvidas pelo Poder Judiciário, e não pelas instâncias políticas
tradicionais, como o Poder Executivo, segundo o ministro do STF.
Atualmente, com a crise de legitimidade política que passa o
Brasil e a crise no legislativo e no executivo, as necessidades da população
são levadas ao Judiciário, causando sua expansão. Portanto, como diz Barroso, o
poder Judiciário é obrigado e instigado a se manifestar e a participar, o
fazendo dentro de seus limites.
Existe também a questão do ativismo judicial, que se difere
da judicialização por ser uma atitude, uma escolha de um modo proativo de interpretar
a Constituição, com maior interferência no espaço de atuação dos outros
poderes.
Nos dias de hoje, são muitos os casos em que se pode
observar o ativismo judicial e a judicialização. Um desses casos foi o
julgamento sobre a inconstitucionalidade ou não das cotas raciais na UnB, em
que o partido Democratas alegou como inconstitucional as vagas reservadas para
negros e apelou ao poder Judiciário para a solução do caso. O principal motivo
dado pelo partido quanto à alegação de inconstitucionalidade foi o ferimento da
meritocracia. Porém, esse argumento não se sustenta, já que nota-se a grande
desigualdade ainda existente entre brancos e negros no país, em que na maioria
das vezes não há as mesmas condições de ensino.
Portanto, no caso específico da UnB, visto que as cotas
foram mantidas, a judicialização teve um papel positivo, já que atendeu os
direitos e as demandas sociais de uma minoria. No entanto, apesar dos
benefícios trazidos pelo Judiciário com a manutenção dessa ação afirmativa,
ainda são necessárias medidas por parte do Estado, como um grande investimento
na educação pública para todos, para no futuro termos total igualdade e
podermos levar em conta somente o mérito individual.
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