O Mundo pelos olhos de duas crianças
A opressão sofrida pela população negra no Brasil
René Descartes, importante filósofo renascentista, conceitua a dúvida como princípio de seu método para obtermos o conhecimento. Segundo o autor, devemos duvidar de tudo metodicamente, até que determinado fato apresente-se com clareza o suficiente para o considerarmos como uma verdade absoluta. Um fato que, seguindo esse método de dúvida metódica, pode ser considerado como uma verdade absoluta é a opressão vivida diariamente pela população afrodescendente através das forças policiais, pois seus agentes frequentemente enxergam e tratam esse grupo como cidadãos de segunda categoria, menos capazes e até criminosos.
Duas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, mostram algumas das situações que essa população vivencia rotineiramente em todas as regiões do país. Na primeira um policial exige que Camillo, amigo negro de Armandinho, mostre-lhe a nota fiscal de sua bicicleta. Já na segunda tirinha Armandinho convida Camillo para correr, como uma forma de diversão, mas o mesmo recusa o convite, devido a presença de um policial próximo que o deixa com medo de sofrer algum tipo de repressão. Em ambos os casos Armandinho não entende muito bem a situação e a encara com estranheza. Isso se deve, em parte, ao fato de que essa situação não é habitual para ele, enquanto seu amigo convive com isso todos os dias e tem plena noção dos riscos que corre. O método empírico de Francis Bacon, outro importante renascentista e um dos pais da ciência moderna, ajuda a entender esse fenômeno, já que coloca o a experimentação como a principal forma para obter conhecimento. Seguindo este conceito, Camillo tem um conhecimento maior da realidade social em que está inserido, já que convive com ela todos os dias e observa seus efeitos com uma grande frequência, enquanto Armandinho desconhece essa realidade, pois nunca pode ter uma experiência do tipo, já que, por ser branco, recebe um tratamento mais humanizado por parte das autoridades policiais.
Ambas as tirinhas causam um enorme impacto no leitor, já que, embora apresentem um traço simples e colorido , retratam uma triste realidade presente em todo o país, que tem se perpetuado durante toda a nossa história, excluindo milhões de cidadãos brasileiros que têm seu direito à dignidade ferido por aqueles que deveriam protegê-los, apenas pelo fato de terem uma tonalidade diferente de pele.
Duas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, mostram algumas das situações que essa população vivencia rotineiramente em todas as regiões do país. Na primeira um policial exige que Camillo, amigo negro de Armandinho, mostre-lhe a nota fiscal de sua bicicleta. Já na segunda tirinha Armandinho convida Camillo para correr, como uma forma de diversão, mas o mesmo recusa o convite, devido a presença de um policial próximo que o deixa com medo de sofrer algum tipo de repressão. Em ambos os casos Armandinho não entende muito bem a situação e a encara com estranheza. Isso se deve, em parte, ao fato de que essa situação não é habitual para ele, enquanto seu amigo convive com isso todos os dias e tem plena noção dos riscos que corre. O método empírico de Francis Bacon, outro importante renascentista e um dos pais da ciência moderna, ajuda a entender esse fenômeno, já que coloca o a experimentação como a principal forma para obter conhecimento. Seguindo este conceito, Camillo tem um conhecimento maior da realidade social em que está inserido, já que convive com ela todos os dias e observa seus efeitos com uma grande frequência, enquanto Armandinho desconhece essa realidade, pois nunca pode ter uma experiência do tipo, já que, por ser branco, recebe um tratamento mais humanizado por parte das autoridades policiais.
Ambas as tirinhas causam um enorme impacto no leitor, já que, embora apresentem um traço simples e colorido , retratam uma triste realidade presente em todo o país, que tem se perpetuado durante toda a nossa história, excluindo milhões de cidadãos brasileiros que têm seu direito à dignidade ferido por aqueles que deveriam protegê-los, apenas pelo fato de terem uma tonalidade diferente de pele.
João Lucas Albuquerque Vieira
UNESP Franca
Direito Matutino
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