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quarta-feira, 27 de março de 2019

                                         Trato particular

 Nas ruas, nas universidades, nos shoppings, ou em qualquer outro local que ainda, infelizmente, impere o racismo estrutural, encontraremos as vítimas desse sistema falido. Seja com um olhar desconfiado, ou um segurar mais firme de uma bolsa, ou até mesmo ser coagido pela polícia e se sentir ameaçado e oprimido na sua presença, ou ser seguido por um segurança dentro de um supermercado, diariamente, pretos e pardos sentem , na pele, a manifestação desse preconceito velado.
  Mas o que leva uma sociedade e as própria instituições que buscam manter a sua ordem, a cometerem tais atrocidades? Por mais clara que seja a resposta, em nossas mentes continuam as indagações sobre a legitimidade das convecções e pré-noções que a circunda. A cor da pele , sua religião, seu cabelo ou sua origem racial não podem e jamais justificarão o ódio e o preconceito distribuídos irracionalmente contra a população negra do nosso país. Há ainda outra outra questão que nos atormenta: Por que a parcela branca da população não sofre ou experimenta essas situações comumente enfrentadas pelos negros? A reiteração dessa perceptiva diferenciação de tratamento remonta uma mentalidade social fundamentada não em princípios alicerçados pela razão ou experiência, mas sim  moldados por pré-conceitos e especulações que não apresentam nenhum critério de métodos experimentais consagrados da filosofia moderna.
  Por vezes,é pertinente estabelecermos uma correspondência entre essa conduta social caucada em diversas intolerâncias raciais com o que Francis Bacon convencionou chamar de ídolos, sendo esses  entendidos como os obstáculos, distorções, ou ilusões que bloqueiam a mente humana , conduzindo-os ao erro. Com isso evidencia-se, que falsas percepções do mundo, ainda hoje,  servem com instrumento para submeter a maior parte da população brasileira,que é negra, a incontáveis abusos cotidianamente.
  Logo, por mais que os questionamentos abordados permaneçam sobre evidente dubiez, não é difícil enxergar os caminhos que levam, dentro do corpo social brasileiro, à discriminação racial e que incumbem aos negros e pardos cautela e temor diante desse cenário, tendo em suas experiências diárias de preconceitos a justificativa para tais preocupações.

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