Pode-se falar sobre o racismo, pode-se debater sobre a escravidão e criar politicas publicas para combater qualquer forma de exclusão racial, mas só quem é negro sabe. Diante de situações como ser seguido por um segurança em uma loja, levar um tiro por ter seu guarda chuva confundido com uma arma, ter sua cultura inferiorizada e desconhecer suas raízes de forma profunda, só quem é negro sabe. O pai de uma família negra precisa ter com seu filho uma conversa sobre o quão arriscado é ele andar de noite em um bairro nobre, que ele precisa ter comprovante de tudo aquilo que comprou, que em hipótese alguma pode correr na rua perto de policiais. O jovem branco é aconselhado a fugir quando se encontra sozinho e vê um negro na rua. Só quem é negro sabe.
A tirinha de Alexandre Beck retrata duas crianças de idades semelhantes, dois garotinhos, um branco e um negro. Nas situações citadas pelo autor é possível identificar o contraste de inocência entre eles, o que exemplifica como uma criança negra é exposta ao medo e ao racismo desde pequena, tendo que lidar com fatos e situações desproporcionais a sua idade.
Bacon e Descartes, com diferentes métodos, buscaram durante a vida combater atitudes e costumes que tinham embasamento indutivo, sendo o preconceito, em seu âmbito geral, um desses pensamentos irracionais. Infelizmente mesmo depois de tantos filósofos empiristas e seus legados, o preconceito, mais especificamente o racismo, ainda é frequente nas sociedades, fazendo com que as situações presentes na tirinha sejam frequentes no dia a dia da população negra.
Barbara Vitoria Medeiros Verissimo, 1 ano, Direito noturno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário