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quarta-feira, 27 de março de 2019

A manutenção do preconceito racial no Brasil


O pensamento racional, presente nas teorias de Bacon e Descarte, propõe uma crítica efetiva ao ensino tradicionalista recoberto de preconceitos estipulados por um senso comum histórico. Mesmo amparado pelo direito a igualdade racial, algumas experiências antecedem o pensamento crítico e propõem uma ideologia contrária a emancipatória. Esta noção está embutida na tirinha de Alexandre Beck. Camilo entende que, por ser negro, não possui o aparato de algumas instituições e, ao ver um homem fardado, percebe a repressão iminente, diferente da outra personagem que, por ser branca, não entende a realidade experimentada por Camilo. É importante perceber que o Estado, mesmo estipulando leis para estabelecer a igualdade racial, não garante a proteção e nenhuma mudança efetiva nas tradições racistas persistentes na sociedade.


A tradição de segregação racial presente na sociedade brasileira, pode ser entendida como uma falsa percepção de mundo, denominada por Bacon de “ídolos da caverna”, assim, o pensamento crítico e racional do ser humano é afetado por uma falsa noção social, criada através de uma tradição de exclusão e racismo. A falta de reparação histórica, trouxe para o presente uma divergência entre os Direitos básicos de cada indivíduo e a experiência real vivida por alguns. Além disso, a diferença de tratamento dado pela sociedade civil e algumas instituições à população negra evidencia a naturalização do racismo no senso comum, impedindo, desta maneira, a superação da cultura racista.
É importante repararmos que as falsas percepções de mundo afetam diretamente a sociedade civil como um todo, evidenciando uma estrutura que apoia o racismo e coíbe a ascensão social da população negra. Os ídolos, já tão enraizados no senso comum, provocam uma aceitação e neutralização desses atos. Alexandre Beck, mais uma vez, exemplifica essa cultura com uma tirinha. Nela, é representada a preocupação que a população negra precisa sentir desde criança, aprendendo a sobreviver em uma estrutura social que a prejudica. A experiência vivida pela população negra no Brasil monstra a irracionalidade contemporânea que persiste em manter uma cultura escravocrata.




Giovanna Lima e Silva – direito noturno

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