Segundo Sir Ken Robinson, não havia nenhum
sistema público de educação no mundo antes do século XIX, pois, esse sistema
foi criado com o propósito de produzir trabalhadores para o emergente mundo industrial.
Forma-se, hoje, ao redor do mundo, pessoas para compor a economia
individualista capitalista, herança da ética protestante do final do século XVIII,
adotada, principalmente, pelo norte dos Estados Unidos. Um dos problemas desse
cenário é o foco da educação na formação de indivíduos para tarefas de raciocínio,
em detrimento da criatividade. O outro problema é a preparação educacional
dessas pessoas para um mundo que ninguém pode prever.
Não há como
saber como será o mundo, econômica e socialmente, daqui 10 anos, ainda assim preparamos
um sistema educacional que educa, com ferramentas do passado, pessoas para
lidar com uma realidade que será diferente. Gordon Moore, com sua famosa lei de
Moore, que prevê a multiplicação em duas vezes do número de transistores por
circuito integrado, ilustra o intenso avanço tecnológico a que estamos
submetidos.
Tal situação
soma-se com a preferência da criança com vocação para o setor acadêmico sobre a
criança com vocação artística. Enxerga-se na proficiência acadêmica a esperança
para a perpetuação do capitalismo individualista, que espera conseguir um
avanço tecnológico e econômico investindo em indivíduos academicamente bem
sucedidos. Mas a academia não é o único caminho para o sucesso como se vê no
exemplo de Gillian Lynne, uma coreografa famosa que relata sua dificuldades escolares
durante os anos 30, Lynne identifica suas qualidades somente após desistir da
escola e entrar para a dança. Hoje ela é dona da Gillian dance Company e uma
multimilionária.
Há a
necessidade, portanto, de promover a nossa empatia também com as crianças,
promovendo uma educação completa, combinando ciências e artes, em conjunto com
novas tecnologias, e buscando prepara-las para um futuro que proporcionará novos
desafios. Só assim o mundo poderá melhor contemplar a criatividade de pessoas
com Mozart, que não seria Mozart nesses sistema educacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário