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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O capitalismo calvinista não gosta de Mozart

  Segundo Sir Ken Robinson, não havia nenhum sistema público de educação no mundo antes do século XIX, pois, esse sistema foi criado com o propósito de produzir trabalhadores para o emergente mundo industrial. Forma-se, hoje, ao redor do mundo, pessoas para compor a economia individualista capitalista, herança da ética protestante do final do século XVIII, adotada, principalmente, pelo norte dos Estados Unidos. Um dos problemas desse cenário é o foco da educação na formação de indivíduos para tarefas de raciocínio, em detrimento da criatividade. O outro problema é a preparação educacional dessas pessoas para um mundo que ninguém pode prever.
  Não há como saber como será o mundo, econômica e socialmente, daqui 10 anos, ainda assim preparamos um sistema educacional que educa, com ferramentas do passado, pessoas para lidar com uma realidade que será diferente. Gordon Moore, com sua famosa lei de Moore, que prevê a multiplicação em duas vezes do número de transistores por circuito integrado, ilustra o intenso avanço tecnológico a que estamos submetidos.
  Tal situação soma-se com a preferência da criança com vocação para o setor acadêmico sobre a criança com vocação artística. Enxerga-se na proficiência acadêmica a esperança para a perpetuação do capitalismo individualista, que espera conseguir um avanço tecnológico e econômico investindo em indivíduos academicamente bem sucedidos. Mas a academia não é o único caminho para o sucesso como se vê no exemplo de Gillian Lynne, uma coreografa famosa que relata sua dificuldades escolares durante os anos 30, Lynne identifica suas qualidades somente após desistir da escola e entrar para a dança. Hoje ela é dona da Gillian dance Company e uma multimilionária.

  Há a necessidade, portanto, de promover a nossa empatia também com as crianças, promovendo uma educação completa, combinando ciências e artes, em conjunto com novas tecnologias, e buscando prepara-las para um futuro que proporcionará novos desafios. Só assim o mundo poderá melhor contemplar a criatividade de pessoas com Mozart, que não seria Mozart nesses sistema educacional

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