Max Weber se preocupa em relacionar a ética protestante com o desenvolvimento do capitalismo. Para ele, esta evolução do sistema é menos sobre as máquinas e a indústria e mais sobre o surgimento de um novo homem, que se baseia em uma nova ética para permear suas relações.
Esta nova ética, em sua essência, aproxima o homem de seu Deus por meio do trabalho. O esforço terreno, segundo esta, é o que conquista a aprovação de Deus. Assim, o trabalho passa a ter fim em si mesmo, e não só objetivos práticos. À medida em que esta ética atinge mais pessoas, o trabalho passa a assumir uma posição central nas relações da sociedade, fazendo surgir medidas de otimização do tempo que permitem maior período de dedicação a ele.
A intenção desta corrente religiosa era aproximar o mundo terreno ao mundo da salvação, demonstrando que o homem que trabalha aqui, que se esforça aqui, tem aqui mesmo sua compensação. É importante frisar a diferença entre este pensamento e aquele proveniente de outras religiões. No catolicismo, por exemplo, as recompensas pela vida dura serão atingidas no pós vida, e o que se faz de bom na Terra não deve ter o objetivo de melhorar a própria estadia aqui, mas de preparar-se para a vida eterna, na qual os religiosos acreditam.
Apesar da sua procedência, é possível afirmar que o trabalho ganhou esta conotação inclusive entre os não protestantes. Isto ocorreu porque em uma sociedade que vinha se tornando capitalista, havia a necessidade de incentivar este pensamento. O sistema capitalista cria uma necessidade de diferenciar aqueles que são produtivos daqueles que não o são, e por este motivo esta ética se encaixa perfeitamente para a evolução do sistema.
Assim, o surgimento deste novo indivíduo, com bases na ética protestante, é de extrema importância para o sistema capitalista, que para garantir sua manutenção precisa de uma autoafirmação não só econômica, mas também ideológica. Gabriela Rangel E. Silva
1° - Matutino
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