Como
analisa Weber, a sociedade moderna absorveu uma perspectiva do
acúmulo de capital como “resultado e expressão de virtude e
eficiência em uma vocação” (p. 30). Transferindo isto para uma
realidade digital vivenciada hoje, temos uma busca incessante pela
'fama' através de curtidas, compartilhamentos e seguidores. As suas
páginas em redes sociais passam a ser a medida do seu valor. Este
contexto, apesar de muitas vezes imperceptível, está diretamente
ligado ao princípio orientador do capitalismo já que é através de
páginas de youtubers e blogueiras que a maioria da publicidade atual
– especialmente as voltadas para o público jovem – está
concentrada, muitas vezes de uma forma maquiada.
Em um
trecho do livro Cachorras, um romance de Claufe Rodrigues, podemos
observar o seguinte trecho: “O
que determina a glória é um conjunto de fatores imponderáveis e
imprevisíveis. Moby Dick era um fracasso como livro; só se tornou
clássico quando virou filme, décadas depois de ser publicado.
Herman Melville morreu amargurado e na pindaíba, assim como Oswald
de Andrade, que hoje é endeusado pelos moderninhos “antropofágicos”.
Então, o que nos resta? Viver intensamente e produzir bastante para,
pelo menos, ter a ilusão de quem um dia superaremos essa sensação
de trasitoriedade.”
Neste trecho, o autor não só apresenta as ânsias e inquietações dos indivíduos expressa na vontade de ser conhecido e famoso, como também conclui algo que se poderia entender como a “melhor forma de viver”. Ele apresenta como fórmula “viver intensamente e produzir bastante” demonstrando um reflexo do espírito capitalista onde se deve “aproveitar a vida” mas também trabalhar muito para que se consiga acumular capital – e, neste caso, alimentar a esperança de um dia ser reconhecido e atingir a glória.
Maria
Catarina Mahtuk Freitas Medeiros Borges – 1° ano de Direito Diurno
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