Em meio a tanto desenvolvimento, progresso e técnicas, o ser humano se acostuma a não analisar que desencadeia essa sua movimentação incessante e suas consequências.
No que diz respeito à base desses três fatos supracitados, vemos o capitalismo e, relacionando a discussão com os pensamentos de Max Weber, de sua obra Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, vemos que essa movimentação deriva da ética no capitalismo.
Ela, por meio das leis, faz com que o homem aumente sua produtividade no trabalho, fazendo dele uma pessoa eticamente esperada pelo sistema, a partir do momento em que colabora para o desenvolvimento da nação em que está inserido.
Entretanto, essa ética é mais benéfica para o sistema do que para o próprio indivíduo que o movimenta. Hoje, muitos problemas humanitários provêm dessa ética no capitalismo e são resolvidos de maneira distinta àquela que seria apropriada: revisar o sistema e a sua cobrança sobre o indivíduo.
As doenças, os conflitos entre nações, as guerras contra o crime, o medo da autoridade democratizado, entre outros, são problemas cuja motivação se encontra, em sua maior parte, na violência de uma cultura de produção que não é analisada.
Por que se cobra de uma pessoa a formação em uma universidade? Por que umas profissões são mais valorizadas do que as outras? Porque há certas profissões que nem reconhecidas são? Por que se espera de um indivíduo um curso de vida padronizado? Porque as nações capitalistas foram acostumadas a padronizar e limitar todos os movimentos do indivíduo, a fim de garantir um desenvolvimento acelerado e organizado.
Aqui, cabe a pergunta: porque então não analisar esse sistema?
Na verdade, esse sistema até é analisado, porém, não na sua essência e, sim, ainda nas suas consequências.
Fazendo uma analogia a um conto de Edgar Allan Poe, a Carta Roubada, é possível notar que certas respostas estão no lugar mais provável, enquanto as pessoas as procuram em lugares impossíveis, improváveis.
Um exemplo rápido e atual disso é a operação policial na favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Ao invés de produzir essa guerra contra o tráfico, por exemplo, de armas e gastar uma verba superior ao orçamento, por que não investigar o motivo pelo qual essas mesmas armas chegaram na mão dessas pessoas? Elas não as furtam, nem as fabricam, então, só poderiam consegui-las ou através do narcotráfico ou da corrupção dentro da própria polícia. Posto isso, por que usar a polícia para combater um motivo improvável, sendo que a mesma é um motivo certo?
Ou seja, em outra esfera, por que não procurar a causa da depressão e do suicídio no trabalho e diminuir essa cobrança do capitalismo sobre o indivíduo? Por que não justificar os conflitos entre as nações e o medo da autoridade democratizado pela demonstração de poder cobrada também pelo capitalismo?
Segundo Carlos Drummond de Andrade, o ser humano trabalha no mundo caduco, e hoje vemos que ele mesmo o constrói e, assim, o mantém, sem pestanejar.
Vivian Facioli H. Mello - 1º ano noturno
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