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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O poder nos diversos grupos locais


Nas comunidades mais carentes espalhadas pelo Brasil, no qual o Estado é pouco presente, é possível perceber uma dominação de forças paralelas ao Estado. Estas forças atuam dentro das comunidades através do fornecimento de apoios à população carente,  com moradias, atuação em serviços de informações e lazer, bem como solucionadores de conflitos entre moradores locais. Tal fato é tão comum, que os moradores dessas comunidades podem contar mais com o apoio desses grupos do que do Estado. Esses grupos buscam apenas a obtenção de recursos escassos conforme o pensando de Weber, tais recursos seriam a aquisição do poder local, ou seja, a busca pela obediência e respeito dos moradores locais, que foram continuamente abandonados pelo Estado, passando a confiar somente naqueles que souberam se aproveitar das carências locais. Isto, criou a legitimação da dominação do poder por esses grupos, perante à população da comunidade. O Direito nesses locais não é o Direito imposto pelo Estado, mas sim, pelo pacto social criado entre a população e as forças paralelas. Dessa forma, as ações praticadas por esses grupos, mesmo que fora da conformidade do Estado, ou seja, delitos aos olhos do ordenamento estatal, são respeitadas e protegidas  pela população local, pois foram os únicos a imporem uma credibilidade quando esta necessitou. Caracterizando outro ponto de vista do pensando de Weber, no qual, a dominação não se limitou apenas à motivos materiais, afetivos ou racionais referentes à valores, principalmente monetários, mas sim em valores ideológicos, possibilitando sua legitimação perante à população. Tal legitimação se iniciou de indivíduo para individuo, espalhando-se pela comunidade e a dominando; não só uma, mas diversas comunidades são dominadas por diversos grupos com ideologias diferentes, exercendo influencia sobre a orientação de ações dos indivíduos locais.


1° Direito Noturno      

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