O poder nos diversos grupos locais
Nas comunidades mais carentes espalhadas pelo Brasil,
no qual o Estado é pouco presente, é possível perceber uma dominação de forças
paralelas ao Estado. Estas forças atuam dentro das comunidades através do
fornecimento de apoios à população carente,
com moradias, atuação em serviços de informações e lazer, bem como
solucionadores de conflitos entre moradores locais. Tal fato é tão comum, que
os moradores dessas comunidades podem contar mais com o apoio desses grupos do
que do Estado. Esses grupos buscam apenas a obtenção de recursos escassos
conforme o pensando de Weber, tais recursos seriam a aquisição do poder local,
ou seja, a busca pela obediência e respeito dos moradores locais, que foram
continuamente abandonados pelo Estado, passando a confiar somente naqueles que
souberam se aproveitar das carências locais. Isto, criou a legitimação da
dominação do poder por esses grupos, perante à população da comunidade. O
Direito nesses locais não é o Direito imposto pelo Estado, mas sim, pelo pacto
social criado entre a população e as forças paralelas. Dessa forma, as ações
praticadas por esses grupos, mesmo que fora da conformidade do Estado, ou seja,
delitos aos olhos do ordenamento estatal, são respeitadas e protegidas pela população local, pois foram os únicos a
imporem uma credibilidade quando esta necessitou. Caracterizando outro ponto de
vista do pensando de Weber, no qual, a dominação não se limitou apenas à
motivos materiais, afetivos ou racionais referentes à valores, principalmente
monetários, mas sim em valores ideológicos, possibilitando sua legitimação
perante à população. Tal legitimação se iniciou de indivíduo para individuo,
espalhando-se pela comunidade e a dominando; não só uma, mas diversas
comunidades são dominadas por diversos grupos com ideologias diferentes,
exercendo influencia sobre a orientação de ações dos indivíduos locais.
1° Direito Noturno
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