Religião e Economia
Max Weber, em uma de suas mais influentes obras, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, observa uma profunda relação entre a ascensão do pensamento protestante e o desenvolvimento do capitalismo no contexto pós-feudal europeu e, posteriomente, na América. Suas ideias partem do contexto católico, onde o lucro e a usura eram condenados, havendo um comércio de subsistência, visto que a ideia de capital não era disseminada e o trabalho era interpretado de maneira indigna e prevalecia uma divisão social por privilégios.
Com o aparecimento e disseminação dos valores protestantes, em especial o modelo calvinista, desenvolve-se uma nova mentalidade a respeito do lucro e do trabalho. Os seguidores passam a acumular capital e lucrar ainda mais com seus reinvestimentos, expandindo seus comércios e empregando cada vez mais pessoas. A visão do trabalho passa a ser a de que este enobrece a alma, configurando-se a ideia de que se vive para trabalhar, sendo o ócio condenado.
Tal mudança de paradigma religioso se tornou um grande marco na evolução capitalista, definindo bases ideológicas que possibilitaram sua evolução e fortalecimento, moldando as bases econômicas atuais e modificando a moral geral, atingindo também as pessoas que não são protestantes mas, mesmo assim, são moldadas socialmente a obedecer tais preceitos sobre trabalho e ócio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário