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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Compreensivismo e a ética protestante


       Assim disse Wittgenstein: "Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”. É pois, complementando o filósofo, que Einstein suscitou certa vez: "Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um, se resume no tamanho de seu saber." Ou seja, apenas conhecendo, compreendendo o mundo, é que se pode critica-lo.

"Se você não entende não vê
                           Se não me vê não entende"

É nessa linha de raciocínio que Weber encontra a razão de ser da sociologia. Pois para ele, deveria-se encontrar a compreensão do sentido da ação social. Sendo um completo delírio , portanto, imaginar algo como o materialismo dialético, uma vez que uma ciência empírica não pode explicar o dever-ser, mas apenas aquilo que já  é.   "Pois a sociologia é um ciência da realidade".
Além disso, como bom representante da sua época, Weber apostava mais no indivíduo,  especificamente no individualismo metodológico, do que na absoluta imposição do meio. Não ocorre que, levando em conta a similaridade de condições de dois sujeitos, para ele, estes expressem as mesmas opiniões e vontades. Todo indivíduo , como diria Herman Hesse "é um ponto único, singularíssimo, sempre importante e peculiar, no qual os fenômenos do mundo se cruzam daquela forma uma só vez e nunca mais " . Ainda que o escritor  complemente, dizendo: " assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se".

Outra grande contribuição de Weber, reside na sua aguçada percepção da ética protestante e sua importante contribuição na formação do espírito capitalista. Esses valores ultrapassaram o ethos religioso e transbordou na razão de existir de toda a sociedade.
Antes, por exemplo,o católico negava o mundo,pois  viver era  sofrer, e a função da vida era justamente essa, purgar a alma para que se  pudesse avançar ao paraíso. Agora, sob a égide protestante calvinista, não é o negar o mundo mas sim domina-lo. Pois aproveitar o aqui e o agora,  o prosperar em si, estaria em conformidade com as vontades celestiais
No entanto, Weber deixa bem claro que as relações de compra e venda e também a necessidade do trabalho é inerente às sociedades humanas, mas somente pelo capitalismo a ética do acúmulo é o modus operandi da vida. Somente ali, o trabalho tem um fim em si mesmo.

Lucas Valeriano dos Reis - Noturno

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