Segundo Max Weber, sociologia é a ciência da
realidade, já que tem como foco a ação social dos indivíduos e seus reflexos na
sociedade como um todo, sendo a ação social um comportamento humano ao qual o
autor atribui um certo sentido e, de acordo com esse sentido, tal ação se
relaciona com o comportamento de outras pessoas. Quando um professor está dando
aula, por exemplo, sua ação social se dá através de sua fala com os alunos e
como essa fala se relaciona com a conduta de tais ouvintes, logo se ele falasse
sozinho, apenas para si, sua ação não estaria sendo social.
Para que o indivíduo tome a decisão para a ação, ou
seja, decida se vai realizar aquela ação, ele analisa as opções e, dentre os
valores em questão, escolhe tomar como base para suas ações aqueles que mais se
encaixam ao seu modo de pensar e interpretar a vida, e como consequência acaba
sendo contra aqueles que não se encaixam aos seus próprios ideais.
Weber classifica as ações sociais em quatro tipos:
ação racional com relação a um objetivo, ação racional com relação a um valor,
ação afetiva/emocional e ação tradicional. O primeiro tipo consiste na
determinação de um objetivo que o indivíduo queira atingir e os planos
elaborados para que isso seja possível, já o segundo ocorre quando o ser
racional é extremamente fiel às suas ideias e aceita os riscos das consequências
de suas ações apenas para seguir suas ideologias e valores. A terceira
classificação consiste na ação que é estimulada pelas paixões do indivíduo, que
tem como impulso o sentimento do momento, e a quarta diz respeito as ações
impulsionadas pelo hábito, costumes e crenças.
Dois outros conceitos importantes de Weber são os de
poder e dominação. O poder é definido como a
probabilidade de um ator impor sua vontade a outro, mesmo contra a resistência
deste, enquanto a dominação pode ser definida pela probabilidade que tem esse
indivíduo de contar com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo. A
diferença entre os dois está em que, no poder, essa ação não é necessariamente
legítima, ou seja, não tem a aprovação e consentimento do indivíduo, o que gera
uma grande instabilidade nesse cenário, enquanto na dominação a obediência se
fundamenta no reconhecimento dos dominados a respeito das ordem que lhes são
dadas. Para exemplificar esses dois casos basta olhar para as diferentes formas
de governo, sendo o poder aquela forma em que há apenas imposição da vontade do
soberano e contenção das resistências pelo uso da força, como em uma monarquia
absolutista, e a dominação a forma em que os dominados aprovam o soberano e
suas decisões, aceitando suas ordens e as cumprindo por vontade própria e não pela
simples ameaça. Lembrando que weber destaca que essa situação ideal de
dominação é rara, apesar dos esforços do dominador.
O sistema de Weber, então, consiste na elaboração de uma
sistematização que permita ao mesmo tempo integrar fenômenos diversos num
contexto único e não eliminar o que constitui a singularidade de cada regime ou
de cada sociedade. Esta forma de conceituação não tem só por fim uma
compreensão sistemática, mas também a colocação dos problemas de causalidade ou
das influências recíprocas dos diferentes setores do universo social.
Leticia Rodrigues Santana , 1º ano Direito- noturno
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