Weber
analisa o capitalismo em seu espírito e define que a ânsia pura do lucro não é
a essência dele. Para o sociólogo, esse o puro acúmulo não constitui as bases
de uma organização tão poderosa que vigora e vigorou tão fortemente e tão
difusamente pelo mundo. Sua verdadeira essência não está em algo que é intrínseco
ao ser humano. A busca por ter existe desde os tempos mais remotos e está em
todas as esferas do trabalho. O que define o capitalismo é a possibilidade de dinamizar
o conquistado pelo acúmulo.
Esse
espirito está totalmente ligado à ética protestante. Sua universalização
ocorreu a partir desses ideais éticos. A partir da reforma, houve uma quebra
com a necessidade de fugir do mundo para receber a felicidade e viver em paz
com sua fé, agora, o mundo se tornou uma das formas de expressar a vida divina.
O capital é visto como predestinação, vocação; o trabalho se tornou algo que
enaltece a vida do homem. E assim, gerar mais capital, mais bens, se tornou o
objetivo da vida. Sempre que esse objetivo não é visado, as ações são
irracionais; o capital não é vinculado a satisfação de necessidades materiais
reais; a produção é o único fim do homem. É preciso gerar, investir, dinamizar
o dinheiro, pois isso se tornou a moral do homem virtuoso.
Porém,
são os ideais restritos de uma pequena classe. Como constituem o espírito do
capitalismo que atualmente predomina o mundo?
A
ética protestante, ao colocar a produção como finalidade única do ser humano,
cria um mercado em que, se não aderir à regra da produção dinâmica que visa
gerar cada vez mais recursos para aplicá-lo e não o usufruís, todos os produtores
que não possuírem esse espírito, em regra, irão falir.
Junto a isso, a própria questão de tornar
imoral e errado todo os processos que divergem dessa perspectiva contribuiu
para que houvesse uma maior adesão. Quando o trabalho é visto como enaltecedor e
honrado, o tempo ocioso é pecaminoso e, portanto, consiste em um vício do homem.
Assim,
é possível afirmar que o espírito capitalista surgiu da necessidade de acumular,
porém, ela constitui suas origens e não um reflexo dele. Atualmente, o mundo
moderno continua sendo influenciado e baseado nesse ideal de uma restrita
classe que, graças a alguns mecanismos baseados na concretização do que é racional e correto, conseguiu abranger, de certa forma, o mundo
todo.
Thalita Andrade Barbosa - 1° ano Diurno
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