Max Weber foi um grande sociólogo
que elaborou e expôs diversos conceitos a fim de compreender a dinâmica
realidade e o papel da sociologia na sociedade e mesmo tendo escrito no
contexto do século XIX, ainda na atualidade muito de suas ideias encontram-se
perfeitamente aplicáveis.
É de conhecimento geral a
trajetória discriminatória dos negros no Brasil e o racismo velado existente
nos dias atuais. Outrossim, outro termo importante e ainda desconhecido por
muitos que deve vir a debate nos dias atuais é a questão do chamado colorismo
ou pigmentocracia. Utilizado pela primeira vez pela autora Alice Walker em
1982, consiste em um conceito que diz que quanto mais pigmentada uma pessoa
for, mais preconceito e exclusão está sofrerá. Contrariamente ao racismo, o
colorismo não se baseia necessariamente na etnia, mas sim na tonalidade da
pele.
Sob o viés weberiano, deve-se
entender esses problemas quanto a dominação do homem branco na sociedade
brasileira desde a época colonial, cujo poder se forjou em uma legitimação
justificada pelas teses eurocentristas e eugenistas que preconizavam a suposta
superioridade da “raça” branca. Tal como exposto por Weber em sua distinção dos
diversos tipos de dominação, a ideológica teve grande parte no enraizamento
desse pensamento no tecido social que reforçou o desprezo e preconceito a tudo
proveniente da cultura negra. Esse é um dos principais fatores apontados pelo
colorismo: o embranquecimento dos negros na atualidade. Isso pode ser
evidenciado pelo estabelecimento do padrão vigente de beleza com
características europeias: pigmentação clara, traços finos, cabelos lisos etc.,
que por mais que hoje esses padrões são cada vez mais desafiados, deve-se notar
sua predominância durante muitos anos nos conscientes dos brasileiros. A partir
disso são evidenciados os termos ‘morena’, ‘pardo’, no qual as pessoas passam a
se identificar, desvinculando-se ou rejeitando a termologia para si próprio de
qualquer coisa que possa se relacionar a ‘negro’.
O que isso faz é com que os
negros de pele clara sejam mais ‘aceitos’ do que aqueles de pele escura em
determinados ambientes, justamente por se aproximarem do ideal de branquitude.
Dessa forma, evidencia-se como a sociedade condiciona de forma diferentes os indivíduos,
tal qual defendido por Weber quando tomado o individualismo metodológico.
Consequência direta disso é a constante adaptação do modo de vida, ou seja,
das ações sociais desses indivíduos a
fim de serem reconhecidos dentro desses espaços.
Por fim, Weber entende a
sociologia como uma ciência da realidade cujo papel é compreender a rede de significados
das ações sociais. Essa compreensão deve servir como forma de criticar e
entender os elementos sociais, de forma a posteriormente fornecer elementos à
política, para que então essa transforme a realidade. Dessa forma, torna-se de
extrema importância o papel a ser tomado por nós para se iniciar essa transformação,
a negação dos valores a nós impostos de forma a reconhecermos nossa cultura e
reivindicarmos pouco a pouco nossa negritude.
Roberta Ramirez – 1 º Ano/Noturno
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