Durante
o período moderno, uma ideologia que prezava a razão e a experiência foi
difundida e causou, consequentemente, uma mudança paradigmática da ciência,
baseando essa no discurso do método, o qual foi desenvolvido por Bacon e
Descartes.
Partindo
dessa racionalidade e da necessidade de experiência que passou a reger a
sociedade e a nova função do conhecimento, a ciência passou a criticar a forma
e o uso do pensar. O conhecimento, agora, precisava ser neutro, portanto, não
deveria ser influenciado por sentimentos, mas sim pela razão e, com isso, a
filosofia passou a ser criticada, pois o simples fato de pensar não poderia
trazer retorno à sociedade nem proporcionar a melhora na condição humana.
O
pensar deve ter, portanto, utilidade. O ato de pensar foi transformado, pela
conjuntura econômica e pela influencia da racionalidade, em mercadoria. O discurso
do método, então, difundiu a ideia de que a ciência deve ser usada como
intervenção e que devia ser voltada para a utilidade pública. A partir disso, o
saber passou a ser produzido com fins a serem revertidos à sociedade.
A
dinâmica da sociedade atual se desenvolveu, portanto, baseada no racionalismo e
na necessidade de produção intelectual e material para manter a ordem econômica
vigente.
A
sociedade espera um retorno e uma inovação sempre maior, e isso gera um
sentimento de competitividade, onde os homens buscam, cada vez mais, destacar-se
nos meios em que estão inseridos e atender as expectativas que neles são
colocadas, seja pela família, nos locais de ensino ou de trabalho.
O homem contemporâneo foi induzido pela forma
que se alicerçou e desenvolveu a sociedade moderna a empreender e criar, a
partir do trabalho da mente. Toda a ação, atitude e pensamento exercido pelo
homem deve ter uma função que é revertida para a produção, a qual manter o
funcionamento atual do mundo.
A
crítica feita ao pensar por pensar baseada no discurso do método, na
busca pela universalização e na produção para a utilidade pública, induziu o
mundo a criar a dinâmica que hoje possui, ou seja, um cenário onde a produção
do saber, feita com base no racionalismo, é revertida ao funcionamento da
sociedade e usada para buscar uma elevação nessa e destaque do homem no meio em
que se insere.
Heloisa Borges Nepomuceno- 1º ano Direito Noturno
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