A
ciência moderna nasceu estruturada nas bases da experiência, buscando tornar fenômenos
até então apenas observados superficialmente em verdades comprovadas, contudo,
a libertação do homem proposta pela chamada “revolução científica” seria
alcançada somente com a nova metodologia? René Descartes e Francis Bacon
posicionavam-se contra essa visão e argumentavam que o papel mais importante da
ciência era o de transformação social.
Nos
dias de hoje muito se fala sobre a quebra de paradigmas, entretanto, apesar da ciência
abrir caminhos para a mudança, a sociedade ainda encontra dificuldades em
assimilar novas verdades e romper pré-conceitos. Um exemplo disso é o avanço
nas pesquisas sobre o uso medicinal da canabidiol, que é barrado pela interferência
de falsas percepções do mundo ou como classificaria Bacon, dos ídolos da
caverna.
Se
refletirmos, notaremos que a ciência jurídica desempenha um papel importante
para o avanço social proposto, a neutralidade está para a ciência moderna assim
como a isonomia está para o direito. Entretanto, o que podemos notar na sociedade
não é justamente isso, constantemente nos deparamos com manobras sociais e
jogos políticos que afetam diretamente a sociedade e contradizem os princípios de
justiça, e o que é pior, somos vítimas daqueles que deveriam nos representar.
O
que nos resta em uma realidade onde apenas a razão não é o suficiente para
quebrar as amarras que nos impedem de expandir os horizontes? Descartes
responderia que o questionamento constante da realidade é o caminho. Se nos
permitirmos ver além dos dogmatismos e do senso comum, assimilaremos que apesar
das convicções pessoais, “fazer ciência” em seu sentido mais intrínseco
representa reestruturar a realidade e que não há nada mais necessário do que se
reinventar por meio do conhecimento.
Victória Cosme Corrêa, 1º ano - Noturno.
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