Descartes
e Bacon são precursores do que hoje conhecemos como as bases da ciência moderna.
O método científico criado por eles valoriza a racionalidade e a experiência,
procurando a libertação dos dogmas religiosos, das crenças supersticiosas,
inserindo o homem à frente das decisões, a racionalidade humana como guia dela
mesma.
O contexto histórico no qual Descartes e Bacon criam suas teorias coincide com a ascensão
da burguesia. Nesse período ocorrem grandes evoluções científicas, como
observa-se na Revolução Industrial, a ciência passa a ter um papel
transformador, revolucionando os meios de produção, e assim a estrutura social
e econômica mundial. Aqui uma de suas principais críticas aos filósofos da
antiguidade, que se limitavam a observar a natureza, se concretiza, pois a ciência
se efetiva como agente transformador da civilização humana.
Entretanto,
toda essa evolução humana na ciência ainda não conseguiu a libertação total das
influências religiosas, mágicas e sobrenaturais. Apesar da hipermodernidade
alcançada pelo homem, ainda é recorrente a crença em inverdades científicas, o
saber supersticioso é muitas vezes colocado acima do científico. Um caso
explícito dessa influência é a dificuldade em se legalizar o aborto em países
subdesenvolvidos, como o Brasil, onde instituições religiosas intervêm
ativamente nos debates políticos, desviando o Estado de sua laicidade e
prejudicando assim a população.
Ainda
como exemplo da dificuldade de se afastar das superstições e inverdades
científicas há em Bacon, os chamados falsos ídolos. Eles são, para ele, falsas
percepções da realidade, sendo quatro categorias que servem para doutrinar a
humanidade e interferir em suas paixões, sentidos, educação, comércio, relações
pessoas e sociais, magia, astrologia. Destarte, há ainda um longo caminho a ser
percorrido pela humanidade até alcançar os ideias científicos estabelecidos por
Descartes e Bacon, rumo a libertação do homem.
Bárbara Marques dos Santos 1°ano Direito Noturno
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