Descartes e Bacon
têm muito a acrescentar em nossas vidas a partir da reflexão de suas experiências
pessoais e filosofias. Descartes, em sua obra O Discurso do Método, pondera que
não a escreve a fim de ensinar um método para as pessoas seguirem e saberem
conduzir bem sua razão, mas pretende apenas mostrar os caminhos que tomou para
conduzi-la. Contudo, muito do seu conteúdo pode ser usado como exemplo para
cada homem mudar sua vida a fim de aproveitá-la para crescer pessoal e intelectualmente.
Isso traria uma mudança positiva na realidade atual. Vale ressaltar que a contemporaneidade
trouxe uma mudança radical nas práticas e conceitos da sociedade.
Ao discursar
sobre partes de sua vida, Descartes demonstra que era uma pessoa engajada no
estudo e na escola e apreciava as ciências e leituras antigas, isso pode valer
como exemplo para o desinteresse nos estudos que vem alastrando as novas gerações,
que acabam perdendo muito tempo nas redes sociais e passam a se interessar cada
vez menos pelo conhecimento. Descartes também defende que as pessoas não se
prendam apenas à ciência como algo teórico, mas também busquem a ciência em si
mesmos e no mundo, principalmente através da experiência, como viagens,
conhecer pessoas novas. Entretanto, o que se vê no mundo atual é que muitos
passaram a dedicar seu tempo às telas digitais e perderam o interesse por sair
mundo afora explorando e conhecendo lugares e pessoas novas. Uma reflexão interessante
de Descartes trata de não desistir do conhecimento de verdade, que só é
conquistado por batalhas em que dificuldades e erros devem ser superados. Que isso
valha para que as pessoas batalhem para conquistar seus objetivos e o
crescimento intelectual, já que o conhecimento verdadeiro só tem a acrescentar
em nossas vidas.
Bacon defende
a experiência como combustível para curar a mente, que consiste em buscar a superação
dos ídolos da mente (representações imaginárias, falseadas do ideal), que
representam um obstáculo à ciência. Esses ídolos podem ser classificados em
quatro e um deles refere-se aos ídolos da caverna, que representam as interações
entre o ser humano e o mundo ao seu redor, formando o indivíduo por meio de educação
e leitura. Esse ídolo é bem relevante quando aplicado à realidade, pois a formação
intelectual e cultural de um homem depende do conhecimento de mundo que ele vai
adquirindo por meio da experiência. Aplicando tudo isso a concretude atual
segundo Bacon, tem-se que os ídolos da caverna devem ser superados, pois são eles
que perturbam o espírito humano através da pluralidade de características de
cada indivíduo, como se cada um tivesse uma caverna própria com seus próprios conhecimentos
e crenças. Essa pluralidade decorre principalmente do determinismo do meio, que
gera, por sua vez, o preconceito. Como exemplo disso, podemos citar as favelas.
Enquanto para aqueles que lá vivem o ambiente é normal, os que não vivem essa
realidade criam um preconceito contra seus habitantes devido as suas crenças
pertencentes à caverna pessoal. A importância da superação desses ídolos seria,
no momento atual, que se evitasse esses preconceitos e discriminações contidos
entre pessoas que vivem realidades sociais diferentes.
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