Ciência x Bacon
Bacon...
Hummmm.... O sabor e a crocância desse alimento fazem com que alguns jurem que
ele foi um presente de Deus para os humanos. No entando, como tudo que parece
ser bom tem um preço, os amantes de bacon devem se preocupar muito com a saúde.
Vários estudos observacionais mostram uma ligação entre o consumo de carne
processada, doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer. Segundo
descoberta de cientistas suecos do Instituto Karolinska quem come duas fatias
de bacon por dia tem 19% mais chances de desenvolver câncer de pâncreas do que
quem não come o alimento com a mesma frequência. Tal fato, me leva a pensar:
será que foi essa foi a única vez que a ciência foi contra o Bacon???
Para
o pensador do século XVI Francis Bacon, durante a análise de um objeto, as
primeiras impressões, por ele chamadas de antecipações, são preferíveis à
análises pautadas na interpretação do mesmo. O autor defende esse ponto de
vista, dizendo que as antecipações “sendo coligidas a partir de poucas instâncias
e destas as que mais familiarmente ocorrem, desde logo empolgam o intelecto e
enfunam a fantasia”. Enquanto que as interpretações, contrariamente, são
resultados de múltiplos fatos, por isso não tocam o intelecto, podendo parecer
até quase tão duras e dissonantes quanto os mistérios da fé.
Relacionando
esse aspecto pensamento do autor à questão das relações dos indivíduos em uma
sociedade, me indago: mas e quando tratamos de pessoas invés de objetos? A
teoria de Bacon ainda faz sentido? Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade
de Basel, na Suíça, as pessoas avaliam umas as outras dentro de milissegundos,
decidindo se gostam de alguém ou não. De acordo com publicação na revista
Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), certos processos
subconscientes no cérebro, e a ordem em que ocorrem, determinam como os seres
humanos processam a informação social, como simpatia ou antipatia. Então pensemos,
qual a base para esses julgamentos que nosso cérebro realiza quase que instantaneamente?
Segundo o dicionário simpatizar significa ter afeição, interesse, afinidade ou
inclinação por (alguém, um animal ou algo). Portanto, podemos dizer que a base
para esses julgamentos em que a pessoa recebe um primeiro julgamento não favorável
é que essa pessoa não possui características que nos causem afeição, certo?! Além
disso o sentimento de afeição nos é causado por meio de percepções assimiladas
como positivas ou negativas que desenvolvemos ao longo de nossa vida.
Em
síntese, não estaria a ciência contrariando o Bacon novamente ao provar que
nossas antecipações não são mais do que interpretações, realizadas de maneira
extremamente rápida pelo nosso cérebro, de características que devido a alguma
lembrança de um momento em nossa vida nos causam sentimentos bons ou ruins, que
se traduzirão em simpatia ou antipatia?!!
Luiz
Felipe Fermoselli Andreotti, 1º ano Direito Noturno
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