Durante a Idade Média em algumas regiões da Europa Central, os projetos científicos eram barrados pelos dogmas católicos e a razão era sobreposta por crenças populares ou religiosas. Com o fim do monopólio intelectual da Igreja, predominou o racionalismo na produção de conhecimento, incialmente teorizado por René Descartes como método para praticar a Ciência e pouco mais tarde trabalhado por Francis Bacon.
Para discussão que vou expor, vale ressaltar apenas algumas das principais características do racionalismo cartesiano, tais como a necessidade da razão, lógica e neutralidade (objetividade) para o desenvolvimento das ideias.
Embora efetivo para resultados acadêmicos, o racionalismo nem sempre é a melhor opção para se lidar com algumas questões do dia a dia, que exigem subjetividade. Dessa forma, uma linha de produção, por exemplo, pode ser trabalhada pelo prisma do racionalismo cartesiano, mas a prática política para presidir um País não pode, dada a contingência e dinamicidade dos acontecimentos.
Nessa mesma linha de pensamento, podemos notar algumas estruturas organizacionais em instituições brasileiras que também se tornam limitadas caso tenham como base tal racionalismo, como é o caso da forma como funcionam as escolas e universidades, no que tange à exposição de ensinamentos.
Nessas instituições supramencionadas, existe uma hierarquia tanto entre as disciplinas lecionadas quanto na relação entre docente e discente. As disciplinas são rigidamente separadas e verticalizadas, enquanto a maneira de se exercer a docência nesse modelo deixa implícita a noção de que o professor é o detentor do conhecimento, enquanto os alunos são os que frequentam as aulas para sanar a ignorância, inexistindo teoricamente o espaço para o debate e a troca de ideias, o que na prática algumas vezes não acontece, quando o docente reconhece as limitações desse modelo e promove tais atividades.
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