Selma
era uma mulher que sofria de uma insônia tremenda, passava noites em
claro e procurava desesperadamente por ajuda, acreditava que a
solução seria um remedinho que sua amiga usava “tiro e queda”.
Consultou-se em um médico que lhe disse que dormiria como um bebê;
ela conseguiu dormir, mas também passou a ter palpitações no
coração, sentia-se por vezes irritada, começava a ter pensamentos
suicidas e já não conseguia dormir mais sem o milagroso remédio.
José
Carlos era proprietário de uma padaria requintada em uma região
nobre de sua cidade e já não aguentava sofrer tantos assaltos em
seu estabelecimento; também não suportava quando entrava um gay na
sua padaria, tinha certeza que era de outro lugar da cidade e logo
fechava a cara no antedimento, achava que “aquilo” não era
normal; lia nos jornais e assitia no noticiário, todos os dias, o
discurso daquele político “mito” que dizia que “bandido bom é
bandido morto”, “os gays são uma aberração” e que se fosse
eleito presidente, todos poderiam ter uma arma para se defender. As
pesquisas mostravam que esse político tinha chances de ganhar.
Bia
era apaixonada por seu smartphone, jamais desgrudava dele, postava
fotos de suas viagens, do seu cachorro e até do que ia comer no
almoço, comentava postagens de seus amigos, compartilhava correntes
e vídeos; se gabava por ter o aparelho com tecnologias de última
geração e ser o mais caro do mercado.
Todos
eles estavam imersos nas “grandes maravilhas” que a ciência
moderna havia lhes proporcionado, mas não se davam conta de que essa
mesma ciência causava pessoas doentes, intolerantes e fúteis, e
que, se por algum momento desconfiassem das inúmeras “verdades”
que nos contam diariamente, talvez não se deixassem manipular tão
facilmente.
Douglas Victor de Oliveira 1º ano de Direito (noturno)
Nenhum comentário:
Postar um comentário