A visão cientificista que
coloca aspectos como a razão, o método e a experiência como os guias mestres da
humanidade e de sua conduta, foi tendo uma consolidação avassaladora desde sua
concepção embrionária com pensadores como Descartes e Bacon até a virada do
milênio. As revoluções industriais que dinamizaram não só os meios de produção,
mas também a vida agora urbana em algo programático e mensurável em diversos
aspectos, atrelada com a consolidação do neoliberalismo deram a sensação de uma
segurança e estabilidade conquistada e imutável. Não só a religião, mas tudo o
que remete ao subjetivo foi deixado em segundo plano, no que parecia a vitória
final do realismo e o naturalismo sobre o barroco e o romantismo, ou até mesmo
o fim da história como alegava Francis Fukuyama no final do século XX.
Porém, assim como o
otimismo da Belle Époque rapidamente deu lugar ao sentimento
de pessimismo do Fin de Siècle, nos últimos tempos as idéias que
derivam do racionalismo mostram que não estavam tão consolidadas como se
pensava. O neoliberalismo que se colocava como a expressão econômica e política
perfeita destas idéias, sendo o sistema mundial vigente, sofre duros impactos
que podem ser observados com a eleição de Trump nos EUA, o Brexit no Reino
Unido, a votação expressiva de Le Pen na França e as crises políticas na
periferia do capitalismo. Estes são reflexos políticos que indicam os sentidos
e as paixões, como o medo e a insegurança fortemente aflorados com a crise
econômica de 2008 e os atentados terroristas cada vez mais constantes enquanto
o ISIS ganha território no oriente médio, como atores da história que parece
muito longe do seu fim.
Eduardo Augusto de Moura
Souza
1° Direito Noturno
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