Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Sobre Cotas Raciais

 

Após 400 anos de escravidão e cerca de 150 anos de negligência governamental, e apesar do legado histórico dos Ilustradores com seu ideal de igualdade como um dos elementos basilares da vida humana e de sua expressão no que tange nossa Constituição Federal, é tácita as condições injustas no cenário econômico-sociológico aos quais negros se encontram. Com isso, faz-se necessária a formação de uma consciência de modo a garantir com que tal grupo social posso ascender socialmente, a saber, por meio das Cotas Raciais.

 Às vezes é um olhar, às vezes é um comentário, e outras vezes é sua vida: o racismo ainda é vivo e mortífero na sociedade brasileira. Estando ele desde sempre estruturado no sistema, observou-se historicamente o quanto o humano é desumano, a saber pela negação da atribuição da dignidade ao povo de origem africana. Assim, e assumindo que a experiência é escrava da razão, sabemos que caso não reparemos o que outrora fora feito e não feito pelo governo, estaríamos condenando a população negra às condições de vida a qual não lhes é merecida, por futuras eras indeterminadas. Logo, observa-se a Lei das Cotas como um importante mecanismo de reparação histórica e justiça social, sendo ela um intermediário, para enfim, uma sociedade calcada na igualdade.

É necessário que os negros possam atingir patamares elevados de influência da sociedade, uma vez que através deles, poderíamos demover da sociedade o racismo, rompendo com padrões, estereótipos e outros pré-conceitos que os envolve. A exemplos:

a)      Por meio das cotas raciais, poderíamos ver a maior inserção dos negros no meio acadêmico-universitário, onde se faz ciência. Tendo como natureza das ciências sua tendência à realização do bem comum para a sociedade, garantindo o apuro da civilização humana, ter figuras negras a frente de projetos científicos seria um grande vetor de elevação de seus status na sociedade, contribuindo também, a exemplo, para o rompimento da falsa noção de negros são mamíferos intelectualmente inferiores.

b)      Acontece que o racismo também permanece vivo através do estabelecimento de estereótipos, muitas vezes forçados pelos meios de entretenimento. Padrões de beleza e outros conceitos se constroem pelas grandes revistas e firmam-se no senso comum. Tais meios criam ídolos, falsas percepções de como as coisas são, o que necessariamente distorce a mente do indivíduo que consome esses produtos e serviços, formando pessoas que vão ter o cabelo crespo como “ruim e feio” e “a loira dos olhos azuis” como padrão de beleza. É sabido que eventos familiares do cotidiano do indivíduo, como o que ele consome, é base para a mais fácil aceitação de qualquer que for o conhecimento comum; logo, a fim de progredirmos no que diz respeito a busca pela igualdade racial, faz-se necessária assistência do governo para o mais fácil acesso da população negra nos grandes meios de entretenimento, ultrapassando todos esses estereótipos e resgatando a beleza negra.

Em suma, é lamentável ver uma criatura de Deus chicoteando outra, e é de alegria que ambas se abracem e deixem de atribuir mérito ou demérito à estirpe um do outro. A clareza é um importante critério para a verdade, e é clara a relevância de políticas afirmativas para a superação de séculos de erros e formação de obstáculos.  

Fernando Carvalho da Silva - 1º ano/Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário