Anos de escravidão no Brasil resultaram em um racismo sistêmico no país, no qual a sociedade estruturada com base na discriminação racial excluiu a população negra de certos espaços, principalmente de áreas de decisões políticas e de visibilidade social. Isso torna-se bastante perceptível ao analisar que 56% da população brasileira, segundo o IBGE, é negra e, no entanto, representa somente a minoria nas universidades, no Congresso, no mercado de trabalho bem remunerado e entre outros. Nota-se a partir disso, a necessidade de tomar medidas não apenas de inclusão da população negra na sociedade de e para todos, como também de conscientização para compreender a natureza da humanidade da população negra.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 28 de junho de 2021
Inclusão
A priori, é necessário frisar que, os Ídolos da Caverna, segundo a teoria de Francis Bacon, são os preconceitos e ideias preconcebidas decorrentes de sua formação, são hábitos irrefletidos de pensamento que se encontram permeados na sociedade. A respeito disso, exemplifica-se o racismo que há muito ainda persiste na sociedade sem ter sentido ou fundamento, sendo o preconceito um dos principais obstáculos para compreender a realidade e buscar uma equidade social. Por isso, a ciência moderna que busca questionar as verdades preconcebidas é de grande importância para se desvencilhar do racismo.
A posteriori, a população branca se vê continuadamente privilegiada por mecanismos difundidos na sociedade, tornando a população negra ausente da possibilidade de ingresso em papéis importantes para a sociedade, logo, as cotas raciais visam "quebrar essa bolha" que separa a sociedade e acabar com a hierarquia social. As políticas de ações afirmativas permitem desenvolver o indivíduo, seguindo a regra de Descartes na qual todas as pessoas que pensam existem, a fim de poder se impor no mundo, construindo uma sociedade em que há uma pluralidade de visões e perspectivas, e deste modo, trazer soluções efetivas para as diversas camadas da sociedade.
A partir do exposto, repensar sobre a condição de humanidade da população negra é de grande importância não só para estes, mas de relevância para toda a sociedade que marginalizou-os por tanto tempo. Assim, é essencial a busca por soluções adequadas que não vitimizem a população negra, mas que a faça realmente parte da sociedade de uma forma igualitária e justa, deste modo, ultrapassando as barreiras do preconceito e da discriminação racial, afinal "do ponto de vista do real valor humano, nós somos todos iguais", disse Dalai Lama.
Luisa K. Herzberg
1* semestre Direito matutino
Turma XXXVIII
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