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segunda-feira, 28 de junho de 2021

A cor da razão: a política de cotas no Brasil entre experiências sociais e racionalidades em disputa

 O racismo se caracteriza como a discriminação embasada em critérios raciais,

isto é, a exclusão do outro devido a um diferente fenótipo. Tal prática existe desde as

antigas civilizações, as quais excluíam, marginalizavam e, muitas vezes, escravizavam

aqueles que eram considerados diferentes por sua cor ou origem. Dessa forma, apenas

recentemente o negro passou a ser visto como humano e ações afirmativas passaram a

ser propostas para sua inclusão na sociedade. Contudo, aqueles que as formulam

possuem uma racionalidade majoritariamente racista, o que resulta na criação de

políticas ineficientes e desconexas com o real problema.

Sob esse viés, a racionalidade difundida pela maior parte da sociedade brasileira

é a racista. Isso pois o Estado brasileiro originou-se de um processo colonial

supremacista branco, o qual se justificava sob a égide de civilizar as populações

indígenas, pretas e pardas, consideradas pelos portugueses como selvagens e pecadoras.

Assim, tal ideologia levou a ocupação da maioria dos espaços por pessoas brancas.

Nesse sentido, assim como na sociedade, o poder legislativo brasileiro é composto em

maior número por pessoas brancas, as quais não se enxergam a magnitude real do

problema do racismo estrutural e propõem soluções pouco o nada eficiente.

Nessa perspectiva, a política de cotas, implementada a fim de incluir a

população preta nas universidades, mostra-se insuficiente por incluir uma pequena

parcela dessa população. Segundo Juarez Xavier, o problema dessa política é que esta

surge como uma solução criada para as minorias etnia-socias e implementada, no caso

brasileiro, em uma sociedade na qual mais de 56% da população é composta por

pessoas afro-brasileiras. Logo, a ação afirmativa das cotas sociais não consegue incluir

efetivamente essa parcela da população.

Dessarte, a solução mais condizente com a realidade social brasileira seria a

criação de políticas afirmativas amplas e com prazo de validade determinado pela

completa solução da exclusão do negro na sociedade brasileira.




Gabriela Caetano da Silva -

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