Lei de Cotas e sua necessidade categórica
René Descartes e Francis Bacon, dois filósofos de notória importância discordavam sistematicamente, porém tinham como pensamento mór a importância do conhecimento e a necessidade de adquiri-lo visando sempre reparar erros vigentes na sociedade. Em contraste com o cerne do pensamento apresentado anteriormente é dever não somente do estado mas também de todos os cidadãos que o compõem buscar sempre o melhor meio para reparar a gigantesca desigualdade gerada pelas práticas escravagistas dos séculos passados, que dificultaram em muito a vida da população preta que vive hodiernamente sofrendo de injustiças advindas de um racismo que hoje em dia se encontra enraizado na sociedade e necessita portanto ser amplamente combatido, para assim proporcionar uma vida melhor e igualitária para os que foram extremamente marginalizados na história.
Em consonância com a ideia de ídolos de Francis Bacon, observa-se um caso nítido da utilização de status acadêmico e renome social para difundir em toda a população a ideia de que o povo preto é de alguma forma inferior aos brancos, descrito por Bacon como um Ídolo do Teatro, foi muito utilizado por supremacistas e opositores do movimento negro para descredibilizar as lutas por direitos e perpetuar as ideias racistas em toda sociedade. Um caso que exemplifica tal fato é o pensamento eugênico e preconceituoso de um ‘’Darwinismo Social’’, que seria uma forma pseudo científica de hierarquizar a sociedade e por essa via impedir que grupos minoritários tenham seus direitos salvaguardados. A política de cotas se apresenta como uma mecanismo necessário para se chegar a uma igualdade de oportunidades, e por intermédio do estado garantir o que é direito das pessoas que foram sistemáticamente oprimidas, visto que a população preta sofre com as consequências de todo período subsequente a escravidão, pois foram postos na margem da sociedade e consequentemente sofrendo de uma injustiça categórica e infelizmente vigente até os dias de hoje.
A política de cotas vem para reparar a desigualdade gerada pelo racismo histórico que a população preta sofre no Brasil, e garantir que estes tenham as oportunidades que por muito tempo eram um monopólio dos brancos ricos, como o ingresso em universidades públicas. Segundo o jornal El Pais, somente em 2018 foi que os negros conseguiram estar como maioria nas Universidades Públicas, muito deste fato se deve a política de cotas que será revista no ano de 2022, em vista desta revisão espera-se dos responsáveis que utilizem do ‘’bom senso’’, posto por Descartes como importantíssimo método para se chegar em uma conclusão assertiva e que em decorrência irá afetar a vida de tantas pessoas que de muito carecem de justiça.
Por fim cabe apresentar alguns dados que muito demonstram como a população preta necessita de ser melhor assistida tanto pelo estado como também pela sociedade em geral, segundo a Folha de S.Paulo 71,7% dos jovens que abandonam a escola são pretos ou pardos e 4 a cada 10 jovens negros abandonam ou não concluem o ensino médio, em vista destes dados é irrefutável que a população preta e parda clama por políticas de reparação e de inclusão, visando assim uma vida justa e igualitária para o povo preto o que não deve ser algo questionável mas sim de uma obrigação categórica. Urge portanto que as políticas de ações afirmativas sejam perpetuadas e revisadas, não suprimindo mas sim garantindo às populações oprimidas a garantia de seus direitos.
GABRIEL BASTOS BORGES - Turma XXXVIII / Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário