Para
Durkheim, o fato social é aquele realizado pelo homem dentro e de acordo com a
sociedade em que está inserido. Segundo o autor, esses atos seriam o principal
objeto de estudo da sociologia, que encarada como ciência deveria prescindir de
uma objetividade absoluta, não permitindo que a subjetividade do cientista
interferisse no estudo. Partindo desse ponto, essa neutralidade seria possível?
É
difícil tratar de objetividade quando as pesquisas e estudos são feitos por
seres humanos. Nós somos dotados de uma subjetividade imensa, cada pessoa
carrega em si experiências, ideais, ensinamentos que a tornam única e que
determinam suas escolhas, suas analises. E estudar fatos que ocorrem dentro de
uma sociedade feita por humanos é ainda mais difícil para alcançar uma
neutralidade. Por esses motivos é impossível exigir de alguém que realize uma
analise completamente objetiva, pois até no ato de escolher entre um e outro
objeto já revela certa parcialidade.
Outro
ponto defendido pelo autor é que não existe o “agir individual”, todas as
nossas ações são impelidas pelo nosso convívio social. O individualismo é uma
ideia muito disseminada na sociedade atual e acaba por afastar as pessoas uma
das outras e isso é muito interessante para o sistema, afinal como ter resistência
em fragmentos? Por mais que seja muito difícil afirmar que não exista nenhuma
individualidade, aceitar que por conta de características e vivências que
pessoas têm em comum, elas agem e são oprimidas de formas parecidas, pode
oferecer resistência para que realmente ocorram mudanças. Vale ressaltar também
o papel das redes sociais quando se trata de individualismo X coletividade, que
na verdade é bem ambíguo, pois ao mesmo tempo em que permite o individuo
exponha sua suposta individualidade, elas também facilitam o encontro de
pessoas que possuam ideologias parecidas.
Portanto,
a frase “cada um vê com os olhos que tem” se encaixa tão bem com as teorias de
Durkheim, como refuta em parte elas, porque ao mesmo tempo que ela admite a
influência da sociedade em que o individuo está inserido em suas ações, ela
também pode se referir a individualidade de cada um no seu modo de enxergar o
mundo.
MARIA CLARA TEIXEIRA AGUIAR, 1º ANO/NOTURNO
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